Terrae Incognitae

Vivemos mais de meio século com a ideia de um mundo finito, inteiramente explorado e completamente acessível a toda a gente. Esta ideia de aldeia planetária, em que foram abolidas distância e obscuridade, será que é sempre exacta?

O conceito de Terrae Incognitae trata de mostrar que, tal como antigamente, o planeta possui buracos os manchas brancas, análogas àquelas que figuravam nos mapas, no início do século. São terras que já conhecemos, sabemos a sua geografia, mas actualmente estão inacessíveis. Zonas e populações excuídas da rede mundial política, da economia e da informação, com as suas próprias leis, autónomas e opacas.


Podem se resumir a três tipos de Terrae Incognitae:

As Zonas de Guerrilha, onde estados e governos privados de apoios ficam em sitaução instável. Fracos, muitas vezes tornam-se violentos, não hesitando em recorrer a meios criminosos para sobreviver(tráficos, crimes, etc). Estabeleceu-se em numerosos estados um processo de criminalização da economia e de decomposição política, particularmente em África (Libéria, Somália, Ruanda)

Os Estados Fechados, serão um mecanismo de certo modo inverso ao anterior, em que a exclusão provém da força do estado, que exerce uma autoridade sobre zonas em que decidiu isolar do contacto do mundo exterior

As Megapóles, com vastas zonas de habitat precário, (como bairros da lata, bidonvilles, slums, favelas), onde a degradação social é bastante grande. Desenvolve-se uma economia informal, muitas vezes criminalizada: Bandos, máfias. A presença do estado reduz-se a intervenções policiais intermitentes, frequentemente difíceis, onde a manutenção da ordem está confiada aos próprios bandos.