Thursday, September 03, 2009

Björn

É incrível como a componente psicológica pode influenciar a obtenção de recordes. Digo isto a propósito de Björn Borg, na altura o maior tenista de sempre. Num documentário do ESPN Classic ele afirma que poderia ter ganho mais uns três Grand Slam's. E revendo o seu percurso apercebemo-nos que de facto assim foi. E as razões são totalmente lógicas. Para a altura.

Björn Borg já era, no início dos anos oitenta, o melhor tenista de sempre. Com onze Grand Slam's conquistados a motivação para continuar num nível de exigência máxima foi-se extinguindo. E perante adversários que procuravam as primeiras vitórias e eram constatemente tapados pelo velho Borg, a garra já não era a mesma. E foi assim que foi acumulando finais perdidas em torneios, onde até ganha os primeiros sets. Mas ao longo do encontro ía perdendo motivação em prol de adversários que tinham também grande valor e a quem era hora de passar a sua vez. Destaque para McEnroe que, com a sua reconhecida garra, lhe ganhou três torneios entre 1980 e 81, tendo perdido apenas um. E isto são apenas finais, onde a motivação do adversário para ganhar o torneio fazia tanta diferença. Que dizer de todas as outras pequenas partidas em pequenos torneios.

Mas se tivessem sido necessárias quinze vitórias para ser o melhor de sempre, acho que teríamos visto Björn Borg no seu máximo por mais uns anos. Mas já não era preciso.

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