Friday, March 10, 2006

Ex Tsf

Porque deixei de ouvir a Tsf?
Confesso que o slogan "rádio de palavra" simboliza um pouco a minha forma de ouvir rádio. Em geral a música não é para mim a principal razão de ligar a estereofonia, até porque em geral a música nas rádios portuguesas não é muito variada e não vai ao encontro do que eu prefiro.

No entanto adoro as palavras na rádio. Quer sejam entrevistas, debates, comentários ou quaisquer outros, este tipo de programas permite-nos "participar" em conversas de qualidade enquanto exercemos as nossas actividades diárias. E com a rádio podemos fazer outras coisas em simultâneo, como conduzir, ao contrário de outras formas de comunicação, como ler ou ver Tv.

Acontece que nos últimos tempos, a Tsf deixou de ter esse tipo de programas. Programas históricos, como o "Flashback", "A Espuma dos dias" ou o "Alma Nostra" deixaram pura e simplesmente de existir. Pelo menos na Tsf, pois alguns mudaram-se para outras paragens. E na grelha da programação foram substituídos por Foruns infindáveis onde o cidadão comum opina e comenta. A programação actual baseia-se no forum aberto de manhã, um só para mulheres à tarde, e um forum sobre futebol à noite.

Não sou contra este tipos de foruns mas, apenas isto? É muito mau. Conversas com o cidadão comum tenho eu todos os dias. Agora, ouvir especialistas a dissertar sobre dadas matérias não é para mim tão frequente. A Tsf nos seus tempos áureos tornou-me um entusiasta pelos mais diversificados assuntos, fora das minhas áreas de estudo. Deu voz a pessoas com mérito em matérias da sua competência. Divulgou certos hábitos algo esquecidos como a tertúlia, as entrevistas e grandes reportagens em formato áudio. Nesses tempo redescobri a rádio num campo que fazia a diferença. Música ouvia em muito lado, mas a palavra de qualidade era lá que eu encontrava.

Um outro pormenor, que só piora o estado das coisas: a música. Totalmente desadequada ao público alvo. É improvável que quem oiça a informação bolsista seja um ouvinte dos Dzert. Sem qualquer critério musical, sem qualquer espaço reservado a um género musical ( ex. Jazz das dez às onze), a selecção musical parece estar totalmente dependente do critério do radialista de serviço. Ou seja, qualidade: fraca. Inovação: zero. Personalidade: zero

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