Wednesday, April 05, 2006

Almamelómana

Eu sempre quis que as pessoas ouvissem o que eu ouço. Porque uma coisa é o som que o público tem, distante do piano. Outra é o som que o pianista tem, mais cheio, e mais ruidoso também. Ouve-se o pedal, os 88 feltros a levantar as cordas. Na gravação, havia a hipótese de afastar os microfones e de ter um som bonito, mas que não tem esse corpo que eu oiço. Ou então aproximar e apanhar este tipo de ruídos.
Escolhi aproximar.

Quis-nos sentar ao piano. Confesso que estou um bocado farto do som clean, asséptico. Em algumas partes é possível escutar os meus movimentos no banco. E ainda bem. Não queria um som imaculado. Queria um som com alma, com tudo o que tem direito...

de Mário Laginha a propósito do seu último album

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