Monday, November 07, 2005

Sucesso

Os Portugueses sofrem quando os seus conterrâneos têm sucesso.
Afirmam sempre tratar-se de esquemas, heranças ou cunhas. Em última instância, sorte.
Nunca mérito.

Dizemos mal por passatempo.
Não fazemos criticas construtivas, maldizemos. É mau porque é mau, mas no fim batemos palmas educadamente.
Nos velhos tempos Salazarianos, se não nascessemos latifundiários ou de boas famílas, estávamos condenados a uma vida de trabalhos. A nossa liberdade de expressão não ía muito longe. Mas já não há razão para que assim seja. E se ainda o é, a culpa é nossa.

Nas sociedades que tantos admiramos a cultura do mérito é uma constante.
As escolas têm um quadro de honra onde são exibidos os melhores alunos. Nos programas de Tv é frequentemente consagrado e reconhecido socialmente quem alcançou grandes feitos. Sejam eles de carácter desportivo, social ou empresarial. Os casos de sucesso são vistos como um bom exemplo a ser seguido e não alvo da pequena crítica generalizada.

Mas quando algum Português tem sucesso noutro local que não a santa terrinha, aí é o extremo oposto.
Entre muitos, um bom exemplo é o de José Mourinho. Enquanto por cá trabalhou foi preciso ganhar tudo para lhe reconhecerem qualidades. Agora que se encontra lá fora é alvo de toda admiração. No entanto os ingleses não deixam de lhe reconhecer os méritos por fazer bem o seu papel. Com muita critica pelo meio, mas também com muito reconhecimento.

Actualmente temos liberdade para, com mais ou menos dificuldade, alcançar o sucesso desde que tenhamos capacidade. E se alguém porventura chegar à ribalta sem o merecer, não ficará por lá muito tempo.
Acho que começa a ser altura de falar bem de quem merece: Todos nós.
Só que alguns mais que outros.

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