Ir ao cinema é, acima de tudo, uma questão de atitude. Um cinéfilo, ou um amador (amante) de cinema, vai ao cinema como um católico vai à missa. Vai experienciar um momento de profunda religiosidade, em comunhão e partilha com outros crentes, reunidos numa sala escura, aguardado a iluminação do profeta/realizador, que um acólito/projectista lançará na tela. É um momento reverencial. Infelizmente, hoje, e muito por culpa de Hollywood, cinema é sinónimo de entretenimento e lazer. Ir ao cinema é simplesmente mudar da nossa pequena sala de estar para uma muito maior e com mais gente, com todas as comodidades e inconveniências do ambiente doméstico: as pipocas, e outros consumíveis digeríveis, as conversas entre amigos, a propósito e a despropósito do filme, e as interrupções para ir à casa de banho ou para atender o telemóvel. Felizmente que, ainda, não há comandos para parar o filme…
Temos que aceitar que ir ao cinema é um acto de sociabilização. O problema está em que, apesar de individuos ou grupos de pessoas se reunirem num local público para viverem uma mesma experiência, essa experiência é individual e não colectiva. Estarão os cinéfilos obrigados a remeterem-se ao recato do lar para poderem (vi)ver o cinema, mesmo que em ecrã reduzido? Felizmente que ainda existem os cineclubes.
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Ir ao cinema é, acima de tudo, uma questão de atitude. Um cinéfilo, ou um amador (amante) de cinema, vai ao cinema como um católico vai à missa. Vai experienciar um momento de profunda religiosidade, em comunhão e partilha com outros crentes, reunidos numa sala escura, aguardado a iluminação do profeta/realizador, que um acólito/projectista lançará na tela. É um momento reverencial.
Infelizmente, hoje, e muito por culpa de Hollywood, cinema é sinónimo de entretenimento e lazer. Ir ao cinema é simplesmente mudar da nossa pequena sala de estar para uma muito maior e com mais gente, com todas as comodidades e inconveniências do ambiente doméstico: as pipocas, e outros consumíveis digeríveis, as conversas entre amigos, a propósito e a despropósito do filme, e as interrupções para ir à casa de banho ou para atender o telemóvel. Felizmente que, ainda, não há comandos para parar o filme…
Temos que aceitar que ir ao cinema é um acto de sociabilização. O problema está em que, apesar de individuos ou grupos de pessoas se reunirem num local público para viverem uma mesma experiência, essa experiência é individual e não colectiva.
Estarão os cinéfilos obrigados a remeterem-se ao recato do lar para poderem (vi)ver o cinema, mesmo que em ecrã reduzido? Felizmente que ainda existem os cineclubes.
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