Omnisciência
Há uns tempos andei fascinado com as Webcams.
As Webcams são cameras online, em geral sempre em directo.
Já tinha contactado com um fenómeno semelhante na Alemanha, onde havia um canal de Tv com cameras em directo das principais estâncias de Ski. Achava hipnótico ver um sítio qualquer o tempo todo. Víamos a metereologia, mas também as pessoas a passar e a fazer coisas banais.
Confesso que tinha algo de vouyerista, mas a sensação de que estava a observar dois sítios diferentes ao mesmo tempo era fascinante. E em directo. Ou seja, se algo de extraordinário acontecesse eu observá-lo-ía. Com a internet e as Webcams isso começou a acontecer de forma muito ampliada. Havia, e há, cameras na torre Eiffel de Paris, nas praias do Hawai e nos locais mais diversos que possam ser imaginados. Sendo o trabalho de computador geralmente exercido em casa, em espaços fechados, no meio das cidades, podía ter uma pequena janela virada para o mundo. Dos locais mais tropicais aos mais cosmopolitas, a janela estava aberta, enquanto eu observava quem passava.
Ao contrário dos directos dos jornais, em que só acontecem porque algo de extraordinário está a decorrer por lá, em geral com uma equipa profissional ávida de acção, estas cameras são bastante neutras. Simplesmente estão lá, a transmitir, muitas vezes automaticamente. Sem que ninguém filtre o que lá surge. Da forma mais expontânea possível.
Há pouco tempo cheguei à conclusão que um dos factores que tanto me fascinam estas pequenas janelas é o facto de sentir uma certa Omnisciência. É verdade que tenho consciência do que ocorre em vários locais do mundo. Ao mesmo tempo.
Sinto-me um pequeno Deus, junto ao meu altar informático.
As Webcams são cameras online, em geral sempre em directo.
Já tinha contactado com um fenómeno semelhante na Alemanha, onde havia um canal de Tv com cameras em directo das principais estâncias de Ski. Achava hipnótico ver um sítio qualquer o tempo todo. Víamos a metereologia, mas também as pessoas a passar e a fazer coisas banais.
Confesso que tinha algo de vouyerista, mas a sensação de que estava a observar dois sítios diferentes ao mesmo tempo era fascinante. E em directo. Ou seja, se algo de extraordinário acontecesse eu observá-lo-ía. Com a internet e as Webcams isso começou a acontecer de forma muito ampliada. Havia, e há, cameras na torre Eiffel de Paris, nas praias do Hawai e nos locais mais diversos que possam ser imaginados. Sendo o trabalho de computador geralmente exercido em casa, em espaços fechados, no meio das cidades, podía ter uma pequena janela virada para o mundo. Dos locais mais tropicais aos mais cosmopolitas, a janela estava aberta, enquanto eu observava quem passava.
Ao contrário dos directos dos jornais, em que só acontecem porque algo de extraordinário está a decorrer por lá, em geral com uma equipa profissional ávida de acção, estas cameras são bastante neutras. Simplesmente estão lá, a transmitir, muitas vezes automaticamente. Sem que ninguém filtre o que lá surge. Da forma mais expontânea possível.
Há pouco tempo cheguei à conclusão que um dos factores que tanto me fascinam estas pequenas janelas é o facto de sentir uma certa Omnisciência. É verdade que tenho consciência do que ocorre em vários locais do mundo. Ao mesmo tempo.
Sinto-me um pequeno Deus, junto ao meu altar informático.
1 Comments:
São apenas janelas (talvez não apenas) para o mundo. Enquadramentos limitados, não controlados por quem observa, que nos dão uma pálida ideia da divindade. De que vale a omnisciência sem a omnipotência? Somos apenas (apenas) testemunhas do que acontece, e não acontece, pelo mundo. O facto de não haver o filtro jornalistico, só é relevante pela liberdade na escolha do que vêmos, mesmo que nada aconteça. Mas com tanto para ver, em tão pouco tempo, mesmo no tempo de uma vida, será que podemos ficar a olhar pela janela, mesmo que esta tenha vista para o mundo? Não será melhor sair para a rua e fazer as coisas acontecerem? Ou então pesquisar uns blogs e espreitar estas janelas para a mente, mesmo que com cortinas veladas que apenas permitem um vislumbre.
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