The Old Man and the Sea

The Old Man and the Sea é simplesmente um dos filmes mais lindos que já vi, e sem dúvida o melhor filme de animação feito por uma única pessoa. Eu já tive o previlégio de assistir a Petrov trabalhar, e foi como ver surgir magia na ponta dos dedos. A sua técnica de animar directamente a óleo sobre uma superfície transparente com as próprias mãos é inagualável. E se as imagens são lindíssimas, a animação é... eu diria um sonho, mas acho que os meus sonhos não fazem justiça a tais imagens. Se o livro me surgiu numa surpresa singela, com uma história simples mas tão rica, tudo voltou a ganhar nova vida nesta interpretação magistral. Amei simplesmente.

The Old Man and the Sea, de Alexander Petrov.

Nova Nova Iorque

No Público, as fotos da década.
Para mim, esta imagem de onze do nove resume muito do que foram estes anos. Houve vários Setembros quentes no ocidente, mas este foi o primeiro.

Anos zero

Agora que quase termina a década de zero [como lhe havemos de chamar?], revejo alguns dos balanços e faço o meu. Estes foram os anos dos ataques terroristas em larga escala que me fizeram sentir que tínhamos entrado no Século XXI, dos Tsunamis dos outros lados do mundo, da falência do capital nas principais capitais, das guerras americanas e do presidente Obama depois do outro. O blog Sound + Vision escolheu alguns dos filmes da década, o futebol nacional foi mais além e o Porto foi capital europeia da cultura. Eu próprio fui onde nunca tinha ido, mas isso são outras histórias...

Questão

The million dollar question...

Esta expressão inglesa para mim sempre sintetizou o problema da questão. Recorrentemente retorno a esta problemática, onde o que importa verdadeiramente é fazer a pergunta certa e não qual é a resposta. Quer no Design, ou na Arquitectura, e na Arte em geral o formular da pergunta é que é o verdadeiro desafio. Inclusive Carl Sagan referia que com dez perguntas bem formuladas nós podíamos identificar qualquer ser vivo deste planeta. A escolha da pergunta é que fará toda a diferença. Aliás, muitos prémios Nobel foram atribuídos por formularem novas questões que invalidavam as respostas anteriores. Douglas Adams escreveu que a resposta da Questão Derradeira da Vida, do Universo e de Tudo o Resto era quarenta e dois. Faltava saber a pergunta.

Acho que muita coisa nesta vida provém da procura pela questão derradeira, aquela que até então nem saberíamos formular, e cuja resposta clara, esclarecedora e elucidativa possa ser apenas: Sim!

Importa

Sempre me perguntei o que Portugal exporta e o que importa, como temos equilibrada a nossa balança financeira e que produtos nos representam lá fora, para além das exportações culturais ou simbólicas como o futebol ou a música. Bom, pelas contas do jornal Público somos um país de serviços, cujo défice atinge os 13.931 Milhões de euros anuais. Como JPF avisava no seu último artigo, o nosso terceiro principal gasto são os juros de empréstimos que tanto comprimem o nosso sistema financeiro. E será que não podemos empenharmo-nos um pouco em sermos mais auto suficientes, ou pelo menos mais equilibrados? Apesar de não termos muitas matérias primas, não podemos criar mais produtos, pelo menos para consumo interno. Claro que com alguma qualidade, que se for para adquirir imitações baratas já temos os produtos chineses. E assim vamos andando...
No Público, para o J. P.

Felizes

Os Deuses vendem quando dão.
Compra-se a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são Só o que passa!"

Eu na verdade não gosto muito de pensar assim. Esse negócio de felicidade é muito subjectivo, então você fica perdido se fica pensando. Muitas pessoas que são artisticamente criativas têm uma grande euforia no momento da criação. Há muita gente que hoje aponta a criação como sendo uma manifestação de bipolaridade. Mas há grandes criadores que gostavam de viver, curtir as coisas.

Caetano Veloso e Fernando Pessoa, no Y.

Golfinhos

No planeta Terra, o homem sempre assumiu ser mais inteligente do que os golfinhos por ter atingido grandes feitos, como a roda, as cidades, as guerras e muito mais, enquanto que os golfinhos, tudo o que tinham feito resumia-se a vadiar dentro de água e divertirem-se. Mas, em oposição a isto, os golfinhos sempre acreditaram ser muito mais inteligentes do que os humanos e precisamente pelas mesmas razões.

Douglas Adams, in The Hitchhicker's Guide to the Galaxy.

Vozes

Trish dizia que as vozes de que gostava eram "vozes pequenas". É por isso que gosta muito das cantoras pop francesas dos anos 60, porque aquilo é tão fácil, é só deitar cá para fora, não há nenhum grande esforço nem linha vocal sobre-elaborada. É quase tudo falado.
Trish Keenan, no Y.

Alunagens

Pequena Depressão

Um candidato carismático apresentou-se durante um período de mal-estar por causa da guerra, no final do mandato de um Presidente republicano altamente impopular, contra um adversário incompetente e no meio do maior colapso financeiro desde a Grande Depressão.

De acordo com Charles Krauthammer, o extraordinário foi, nessas condições ímpares, Obama só ter ganho por sete pontos de diferença. Washington Post no Público.

A Alma das coisas

Antigamente nós preocupávamo-nos com alma, depois passámos a preocuparmo-nos com as coisas. Ainda não percebemos que o segredo da contemporaneidade é preocuparmo-nos com a alma das coisas.

D. Manuel Clemente.

Vagues

La Chinoise, Jean-Luc Godard.