Wednesday, September 24, 2008

Lucro social

Muitas vezes discuti com o meu professor de gestão que argumentava que a função única de uma empresa era o lucro. Eu contrapunha que certos ítens eram tão ou mais importantes que o lucro. Uma empresa que providencia um produto ou serviço necessário à sociedade, emprego a centenas de pessoas e renumera excelentes salários à sua direcção faz sentido continuar a existir, mesmo que não dê lucro.

Não podemos ver só euros à frente. A paz social, a dinâmica económica e providenciar o bem à comunidade onde se insere são também funções de uma empresa. Considero que o egocentrismo bolsista sobrevaloriza o acionista a curto prazo desconsiderando tudo o resto. O liberalismo económico anárquico tem os seus limites....

Grandes Valores

Ao longo dos últimos 25 anos, os Estados Unidos (da América) acreditaram em mercados abertos, não regulados e com baixos impostos, e não há dúvida de que, ao longo do tempo, esse modelo expandiu a economia e melhorou a eficiência económica.

Mas do que os americanos também se aperceberam foi que esse mesmo modelo é menos favorável a outras coisas a que damos grande valor - coisas como a segurança, a honestidade, a segurança económica e a sustentabilidade ambiental. E, na maior parte das vezes, esses são "bens" que só se conseguem desistindo de algum desse rendimento e de alguma dessa eficiência.

Steven Pearlstein in Público/ Washington Post.

Thursday, September 11, 2008

Capa e contra capa



Um exemplo do post anterior. Observem o design desta capa completa com lombada, contra-capa e badanas. Tanto nas lombadas da capa como na própria lombada do livro todo o lettring está para a esquerda, naturalmente. Eu sempre adorei este livro com cheirinho às prateleiras lá de casa.

Só à Lombada

Uma pequena reflexão a propósito do design de capas de livros: Observando detalhamente os livros presentes na exposição constatei o que há muito venho observando. Os Designs Anglo-Saxónicos têm sempre a lombada para o lado certo. Nos restantes países, Portugal incluído, ou não têm critério, ou a lombada está para o lado errado.

O que eu quero dizer com lado certo?
Quando pousamos um livro, à partida a capa ficará para cima. Portanto, a lombada ou tem a parte inferior das letras para a esquerda ou, quando possível, estão para baixo. NUNCA para a direita. Não faz sentido. Será que os designers portugueses nunca pensam nisso quando gastam meses a fazer um livro?

Isto é fácil de observar quando estamos perante uma prateleira de livros: Se forem anglófonos as lombadas estarão todas para o mesmo lado. Se forem portugueses estarão ao calhas, a maioria para o lado errado.
É assim.

Books



Capas de Jon Gray e de David Pearson.

Gateways

A exposição Gateways, no Espaço Silo está mesmo boa. Ao contrário das anteriores, que me pareciam ficar apenas pela sugestão sem aprofundar os temas apresentados, neste caso ela vai bem mais longe, com muita contextualização das obras expostas e inclusive, com a edição de um livro com cerca de 440 páginas com a reprodução de todos os livros expostos.

Tal como na exposição, o enquadramento teórico está muito bom, com reflexões dos próprios autores dos designs bem como do próprio Andrew Howard, comissário da exposição. A edição é, mais ou menos, bilingue pois tem alguns textos que estão apenas em inglês. As imagens dos livros estão muito boas com um pormenor que destaco que é o facto de, quando se justifica, terem feito o possível por inserir a lombada e por vezes a contracapa. Depois ainda tem uma reflexão sobre o conceito de colecção e as dificuldades de manter a unidade na diferença de livro para livro. Neste último ponto observam mais profundamente o trabalho de Jon Gray e de David Pearson com a colaboração dos próprios autores.
Enfim, muito bom.

Gateways: An international Exhibition of Book Covers

Um Verão maravilhoso



Tivémos um Verão maravilhoso

Monday, September 08, 2008

No more Bronze?

Nas minhas viagens pelo Oriente profundo já me tinha apercebido da existência de produtos de beleza para clarear o tom da pele. Mesmo sem perceber a língua, as imagens dos anúncios na televisão e as perguntas constantes sobre nosso bronze assim o faziam indicar. Pois de facto assim é. Numa inversão aos modelos de beleza ocidental, o facto de passarmos tanto tempo na praia e de exibirmos uma tez cada vez mais bronzeada era visto com curiosidade por nos afastarmo-nos do que eles consideravam serem ideais de beleza. A questão para mim é: Foi a publicidade que fomentou esse ideal de beleza no oriente, ou a publicidade apenas faz uso dele? Ou são os conceitos de beleza ocidental que servem de modelos desactualizados?

O The Times também se debruça sobre esta questão. ...

Irrefragável Tendência

A irrefragável tendência dos humoristas para a filosofia, segundo André Barata, pode ser encontrada em exemplos como a incursão de Ricardo Araújo Pereira pela teoria dos actos da fala, a partir da obra de "How To DoThings With Words" de John Austin, ou as tiradas dos Mony Python em "O Sentido da Vida", não esquecendo os magníficos ensaios de "Filosofia de Ponta" de Júlio Pinto e Nuno Saraiva.

Pois, subescrevo.

Infografia

Muito interessante o estudo sobre os modos de apresentação de dados eleitorais, fazendo a passagem de um modelo simples de infografismo para uma solução onde combina vários dados de forma intuitiva para o observador.

Original:


Final:


O artigo de Jonathan Corum pode ser encontrado aqui.
Vale bem a pena uma leitura mais atenta para percebermos como existiu um critério e a procura de correcção e não apenas uma simplificação dos dados....

Friday, September 05, 2008

Só João

João Gilberto tocou de novo no Rio.
Por mim tocava sempre por todo o lado pois a música dele toca-me como nenhuma. Já faz cinquenta anos que começou e espero que não pare tão cedo.

melhor do que o silêncio só joão.

Wednesday, September 03, 2008

Espaço Silo

As exposições que têm ocorrido no Espaço Silo são mesmo um local a visitar. Alternando entre o tema da Fotografia e o do Design Gráfico, tem-nos possibilitado a regular visualização de obras interessantes. Principalmente as exposições de DG com abordagens a temas pertinentes. Embora por vezes não explorem a fundo esses mesmos temas, o mero facto de nos porem a reflectir sobre muitos objectos gráfico do nosso quotidiano tem sido de louvar.



Destaco aqui as exposições de cartazes, de embalagens e a de tipografia. A de cartazes foi quase uma viagem no tempo, pois a maior parte deles fez parte da minha paisagem urbana na altura em que estiveram expostos nas ruas e os espectáculos estiveram em cena. Quase que os esquecia e esta recolha foi-me mesmo emocional.




A exposição de embalagens abordava um tema interessante mas não me agradou tanto o resultado final. Havia algumas brincadeiras com o design das embalagens e a instalação de muitas embalagens sem qualquer imagem despertou em mim o sentimento bizarro das minhas idas à Alemanha de Leste pouco após a queda do Muro. Por vezes encontrava lojas repletas de produtos anónimos, sem marcas reconhecíveis e sem o actual design apelativo. E ainda para mais em Alemão. Sentia-me mesmo perdido nessas lojas.




A exposição de tipografia também levantou algumas questões e de certo modo fez-me voltar a olhar para muita da tipografia urbana com que me cruzo diariamente. Mas o cartaz e a introdução da exposição prometiam-me um pouco mais e ficou-se um pouco pela intenção.

De realçar que as exposições do Espaço Silo são gratuitas e situam-se numa zona pública de muito agrado nacional: um shopping. Neste caso o Norte Shopping.