Monday, February 27, 2006

Litoralmente

"Portugal é um país que só tem litoral"
Ouvi esta frase pela voz do jornalista Carlos Magno, e de facto esta afirmação tem toda a razão de ser. Quando a cidade mais interior dista cerca de 230 Km do mar, não se pode dizer que haja realmente um problema de interioridade. Pelo menos no sentido geográfico ou físico. Há é um problema de Interioridade Psicológica.

Na verdade Portugal sofre do problema de vivermos sob um mapa psicológico que não corresponde ao mapa real e actual do país. Há cidades que nos parecem distantes e inacessíveis quando não há razão para assim ser. E até existem bons acessos por rodoviários para muitos desses sítios.
Reconheço que tudo o que não se inclua na linha ferroviária Lisboa - Porto me parece longe demais. Mas apesar de muito quilómetro de alcatrão por Portugal adentro, certas regiões continuam de dificil acesso, não por não conseguir lá chegar de carro, mas porque a distancia psicológica se mantém. Faltam transportes directos, faltam ligações, faltam pólos de atracção. As regiões vão perdendo habitantes, vão perdendo personalidade.
E nós vamos perdendo razões para as visitar.

+ Perto

Um exemplo de que a distancia psicológica pode diferir em muito da real é a seguinte situação: Estando eu a morar no Porto, em dada altura precisei de ir regularmente a Barcelona. A viagem de comboio Vigo-Barcelona, ida e volta, custava cerca de 60 euros. Embarcava ao fim da tarde e chegava ao fim da manhã do dia seguinte. Enfim, uma viagem confortável, barata e em bom tempo. No entanto para me deslocar do Porto a Vigo tinha que apanhar um comboio regional, que saía a meio do dia, que demorava horas, que me fazia esperar horas no terminal de Vigo e que custava cerca de 30 euros.

Resumindo, Vigo é perto de Barcelona, demoro uma noite a lá chegar. O Porto é longe de Vigo, porque gasto um dia inteiro. Lisboa é mais perto, porque só demoro umas horas. E custa quase o mesmo.

Saturday, February 25, 2006

1900-1920 Livros do Séc XX

"Este período de tempo viu-se marcado pela eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial, que influenciaria o mundo: a vitória bolchevista na Rússia e o nascimento de novas nações são os factos mais gritantes. Os livros que surgem nesta vintena de anos denotam também os grandes progressos científicos que se fizeram sentir.

Foi precisamente no ano de 1900 que Sigmund Freud deu a conhecer ao mundo A Interpretação dos Sonhos. Para os especialistas este é o primeiro livro que elabora algumas das teorias que mais tarde viriam a estruturar a psicanálise. Passados quase 100 anos continua a ser uma obra de referência.

Um ano depois, e ainda na Moscovo imperial, Anton Tchekov lança Três Irmãs, uma obra teatral que foi escrita por encomenda para o Teatro de Arte de Moscovo. Esta obra, que foi uma das suas últimas, prova como o autor sabe sugerir sentimentos sublimes.

Quando em Portugal se derrubava a Monarquia, em 1910, em Paris uma cientista originária da Polónia, de seu nome Marie Curie, lançava o Tratado da Radioactividade, fruto de muitos anos de experiências juntamente como o seu marido, Pierre Curie. Recebeu duas vezes o Prémio Nobel (o da Física, em 1903, e o da Química, em 1911), sendo até hoje a única pessoa a conseguir tal proeza.

Em 1917 Ezra Pound começou por lançar, em Nova Iorque, alguns dos seus primeiros Cantos, os quais continuou a escrever ao longo de 50 anos. Três anos depois é publicado em Lisboa um dos livros de poesia mais belos: Clepsydra, de Camilo Pessanha. Este volume reúne o essencial da obra de Pessanha e foi dado a conhecer quando o autor já contava 53 anos e se encontrava em Macau."

Os 100 Livros do Séc XX

16-30 Livros do Séc XX

. Ulysses, James Joyce
. Tractatus Logico-Philosophicus, Ludwig Wittgenstein
. Sonetos a Orfeu, Rainer Maria Rilke
. Manifesto do Surrealismo, André Breton
. A Montanha Mágica, Thomas Mann
. 20 Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada, Pablo Neruda
. A Minha Luta, Adolf Hitler
. O Processo, Franz Kafka
. O Assassínio de Roger Ackroyd, Agatha Christie
. O Ser e o Tempo, Martin Heidegger
. Romanceiro Cigano, Frederico García Lorca
. O Som e a Fúria, William Faulkner
. Tintin no País dos Sovietes, Hergé
. O Homem sem Qualidades, Robert Musil
. As Ondas, Virginia Woolf

Os 100 Livros do Séc XX

Friday, February 24, 2006

Bravia



O realizador dinamarquês Nicolai Fuglsig decidiu que uma forma eficaz de transmitir a qualidade e imagem dos televisores Bravia, da Sony, era lançar 250.000 bolas saltitonas de várias cores numa rua de São Francisco. Graças ao trabalho fantástico de câmaras e música, o produto final é evocativo e cativante.

Memórias de Sevilha

"Carlos Magno, adepto confesso do Porto, clube e cidade, está sevilhando. Carlos Amaral Dias concorda que a equipa do Porto não representou Portugal mas sim o que há de melhor em Portugal, até por uma pequena razão: no «onze» inicial estavam nove portugueses."
em 25 de Maio 2003

Memória do já extinto programa Freud e Maquiavel, que em tempos houve na TSF, agora continuado no Alma Nostra da Antena 1

Thursday, February 23, 2006

Neve

Talvez seja bocado provincialismo nacional, mas o facto é que da janela do meu local de trabalho avisto uma serra. Nunca lhe tinha prestado grande atenção, mas hoje reparámos em algo que nunca antes tinha notado: O topo da Serra está totalmente coberta de neve. Sendo que trabalho mesmo no centro da cidade e que está um lindo dia de céu azul, nunca imaginei que tal fosse possível. Mas é-o!

100 Livros do Século XX

Por alturas da Expo 98, e nos tempos que a antecederam, houve uma série de iniciativas paralelas à exposição. O Festival dos 100 Dias, celebrava e antecipava a abertura da exposição com vários eventos, dos quais destaco um que ainda hoje recordo - a selecção dos 100 Livros do Século. Esta lista fascinou-me por várias razões. Primeiro, porque na altura ainda não tinham começado os balanços do Século e do Milénio com várias listas e selecções, quando na verdade, ainda faltavam dois anos para final. Depois, o tema eram livros, que não parecia ter nada a ver com o tema dos Oceanos.
Na verdade não era só a questão de saber quais eram esses livros, mas também o facto de ser uma exposição. Ou seja, como estariam esses livros expostos? quais seriam os exemplares escolhidos? Como estaria montada a exposição? Essas exposições tiveram o condão de mostrar que o mar era uma metáfora e que cultura é, e pode ser, tudo.

Como é que uma exposição sobre 100 livros se conta?
Não se conta, vê-se. O modo como a exposição me influênciou foi bem mais do que a mera tomada de conhecimento da lista. Vêr cada volume tratado individualmente, enquadrado por uma explicação e por objectos pessoais dos autor, O enquandramento da época em que a obra foi escrita e o porquê da sua selecção. Eu que defendo que a obra de arte não existe por si só, e que a sua explicação e a sua envolvência fazem parte do conteúdo artístico da obra.

Uma das maiores polémicas foi a selecção da obra Mein Kampf de Adolf Hitler, um livro proibido em vários países. Apesar da sua incontornável relevância na História do Século XX, dar protagonismo a uma obra que só lá está pelas piores razões chocou muito gente. Mas também houve polémica com a inclusão de albuns de Banda Desenhada, livros que ainda não tinham conseguido ser aceite como género literário, muito menos adulto. E claro, tantas outras polémicas com a inclusão ou a exclusão deste ou daquele livro

Mas naturalmente, e como sempre acontece, todas as obras escolhidas refectem apenas a opinião dos autores da selecção, naturalmente subjectiva, que promove a reflexão em torno do tema e das razões das suas escolhas.


exposição 100 Livros do Século XX do Festival dos 100 Dias
- Expo’ 98

1-15 Livros do Séc XX

. A Interpretação dos Sonhos, de Sigmund Freud
. Três Irmãs, de Anton Tchekcov
. A Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson pela Suécia, de Selma Lagerlöf
. O Pequeno Nemo no Reino dos Sonhos, de Winsor McCay
. Tratado da Radioactividade, de Marie Curie
. Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust
. Platero e Eu, de Juan Jiménez
. Curso de Linguística Geral, de Ferdinand de Saussure
. A Casa e o Mundo, de Rabindranath Tagore
. Cantos, de Erza Pound
. Chéri, de S. G. Colette
. Clepsydra, de Camilo Pessanha
. Seis Personagens à Procura de Autor, de Luigi Pirandello
. O Significado da Relatividade, de Albert Einstein
. A Terra Sem Vida, de T. S. Eliot

Aqui estão os quinze primeiros da lista, por ordem cronológica.
Os 100 Livros do Séc XX

Wednesday, February 22, 2006

Porto


Por alturas do Fantas recordei um Porto novo, aqui fotografado por Carlos Romão



Esta e outras belas fotos do Porto podem ser encontradas no blog da Cidade Surpreendente.

Monday, February 20, 2006

Fantas

Começou o Fantasporto.

Recomendo uma ida a um dos cinemas Fantas, num dia qualquer, numa sessão qualquer e sem saber qual o filme escolhido. Sem preconceitos. Desfrutem o prazer de não saber o fim da história. Nem o princípio. Ir pelo prazer de vêr Cinema. Conselho: Levem alguém convosco, não vão sozinhos...

Friday, February 17, 2006

As 10 Estrelas mais Brilhantes

Sirius
Canopus
Alpha Centauri
Arcturus
Rigel Procyon
Arhernar
Vega
Capella
Betelgeuse


Pois... falta uma. Escolham-na vocês

Clementine



Eternal Sunshine of the Spotless Mind por Charlie Kaufman

Thursday, February 16, 2006

Teológico / Ilógico

«Escapa-me a lógica da ideia de responder aos insultos a Maomé com piadas antijudaicas. Os judeus são simples pessoas, e Maomé é Maomé. Parece-me uma falta de respeito pelo profeta.»

de O Céu sobre Lisboa

Listas

Adoro listas.
Quer dizer, não umas listas quaisquer, mas aquelas em que são escolhidos os 10 mais qualquer coisa. No fundo sei que todo este género de listas são subjectivas e os critérios são sempre mutáveis e pessoais. Mas julgo que são exactamente os critérios que me interessam. Se são aplicados de forma coerente, se são justos, o que terá feito com este tenha ficado à frente daquele e assim por diante.

Nesse sentido, e daqui em diante, vou expôr todas as listas que encontre com o único critério de achá-las interessantes. Ou não.

Wednesday, February 15, 2006

Lost in Translation



de Sofia Coppola

7ª Arte

O cinema é conhecido por ser a sétima arte.
Mas donde vem essa definição? Ao que apurei, essa designação deve-se a que sempre existiram seis artes clássicas: A Música, a Pintura, a Escultura, a Dança, o Teatro e a Literatura.
No final do séc XIX apareceram novas formas de arte, chamadas de sétima arte, designação que na verdade não englobava apenas o Cinema mas também a Fotografia, a Animação e tudo o que houvesse de novo. Entretanto, com o passar do tempo, o Cinema reclamou para si o título. Não só sobre a fotografia, mas também sobre as outras seis formas de arte originais.

Acho isto tanto mais irónico quando a arte actual tem saído do esquema tradicional da tela, do palco e da palavra escrita. As novas tendências são para abordar novas formas de arte tranversais, como as instalações, os hapennings e os multimeios. E é raro o concerto em que o espectáculo seja só a música. Ou seja, já não é só nos conceitos que a arte tem vindo a auto-anular-se e a ultrapassar-se, mas também nos seus meios de suporte. E os audiovisuais, que parecem ser a forma de arte que mais público atraem, parecem ter-se tornado a primeira arte.

Portugal T

"A Portugal Telecom estava a pedi-las"

por Luis Miguel Viana

Tertúlio

Os Blogs são as novas tertúlias.
Só que agora todo mundo participa.

Tuesday, February 14, 2006

Selecção Nacional



Tenho a opinião que a selecção deveria usar sempre uma e a mesma cor.
E não falo só da selecção de futebol, mas de todas as modalidades. Um bocado à imagem do que acontece com a Holanda ou a Croácia. Acho que era das operações de Marketing mais simples e mais eficazes criando uma identidade nacional a vários níveis. Coerente com valores da cultura portuguesa, essa imagem era transmitida per si e em cada glória desportiva o valor da marca Portugal era mais e mais reforçado.

A cor das selecções nacionais seria, sem qualquer dúvida o Bordeaux.
Ou em português - Cor de Vinho. Tinto.

Monday, February 13, 2006

Águas Passadas

Muitas vezes me questionei porque razão Portugal tinha a água do mar tão fria. Até que me apercebi que a questão está posta ao contrário. Ou seja:

‘Porque temos água fria é que somos Portugal‘.
Senão seríamos Espanha, ou qualquer outra nação. Durante muitos anos fomos o reino de Portugal e dos Algarves. Porque nunca conseguimos considerar aquela região de águas tépidas como parte do nosso território.

Agostinho

"O homem não nasceu para trabalhar, mas para criar."

Hoje comemora-se o centenário da nascimento de Agostinho da Silva.
Gosto muito mais de celebrar nascimentos do que términos ou interregnos. Por serem centenárias, as comemorações incluêm edições especias de Dvd´s, programas de rádio e de televisão e outras cerimónias como nunca nunca antes Agostinho tinha recebido. Ainda bem. Uma boa oportunidade de redescobrirmos Agostinho da Silva. E a nós próprios.



Quando Portugal entrou para a Comunidade Económica Europeia, o Professor Agostinho da Silva comentou:
"Acho muito bom, porque a Europa é o único continente onde os Portugueses nunca estiveram"

Reflexivo

"Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar a mim não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem."

de Agostinho da Silva em 7 Cartas a um Jovem Filósofo

Friday, February 10, 2006

Sagrado / Desagrado

"Os muçulmanos não podem produzir caricaturas com personagens sagradas do cristianismo, uma vez que elas próprias são sagradas para o islão, incluindo Jesus."

Ou seja, nem os cristãos podem produzir imagens de Jesus, pois é uma personagem sagrada para o islão. E nem comer porco porque tal também é interdito aos muçulmanos e poderia ofendê-los. E assim por adiante até usarmos todos burkas e turbantes...

Citado e exercitado sobre o texto do Céu sobre Lisboa.

Sunday, February 05, 2006

Argent

Nós não temos dinheiro, temos apenas a informação sobre o dinheiro. Se agora parassem as transacções todas e os clientes pedissem para ver a cor do dinheiro, não havia notas para todos.

de Carvalho Rodrigues

Friday, February 03, 2006

Blasfemo



A comunidade Muçulmana anda indignada devido a uma caricatura do profeta Maomé. Os objectos da polémica são doze desenhos do profeta que foram publicados em Setembro pelo diário Dinamarquês Jyllands-Posten. A questão aqui nem é a mensagem da caricatura, mas o facto da religião Islâmica considerar blasfemas as representações gráficas do profeta fundador.

Isto é mais um exemplo da intolerância por parte dos Muçulmanos.
Ou seja, eles não se limitam a praticar as suas crenças em respeito pelos outros. Exigem que todo mundo aja segundo as suas doutrinas sem qualquer tolerância pela diferença de opinião. Exigem que os governos ocidentais se sobreponham à liberdade de imprensa e às liberdades individuais para que policiem a opinião livre. E, mais ainda, que seja a sua doutrina a imperar. Como querem assim ser respeitados de volta?

Se a religião Islâmica não permite a representação gráfica dos profetas e de deus isso é com eles. A minha religião, seja ela qual fôr, permite. O meu estado é laico e a minha condição é livre. E aqui exerço o meu direito à livre expressão.

Cartoons de António e de Kurt Westergaard

Thursday, February 02, 2006

Brrrr

Sinto-me a Invernar...

Aquarelando



Lindo, tão lindo... O melhor de vários mundos
A música é de Toquinho, a animação pode ser vista aqui.

de Laboratório de Desenhos

Aquarela

Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva

Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul

Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar

Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá


de Toquinho

Os Melhores Festivais

Fantasporto
Porto - Cinema

Sudoeste
Alentejo - Música

Curtas
Vila do Conde - Cinema

Doclisboa
Lisboa - Cinema

Cinanima
Espinho - Cinema

Musicas do Mundo
Sines - Música

Banda Desenhada
Amadora - Banda Desenhada

Lista incompleta dos melhores Festivais em Portugal, sem nenhuma ordem específica e de critérios meramente pessoais.
A breve prazo será acrescentada, completada e corrigida.

Wednesday, February 01, 2006

Tale of Two Sisters



de Kim Jee-Woon



O filme Tale of Two Sisters, visto pela primeira vez no Fantas.

Fantas

De todos, e entre todos, este é para mim o melhor festival entre todos os géneros de festivais: O Fantasporto.

O Fantasporto é um festival de cinema fantástico e não apenas de terror. E esta definição de fantástico tem muitos sentidos. O que lhe permite aceitar toda uma série de filmes às vezes apenas destacando-se pelo facto de serem estranho e diferentes. O que eu acho que ajuda a descontruir a ideia de cinema muito rendondinho, sempre com as mesmas estruturas clássicas de cinema. Estimula-me a imaginação e vejo as coisas sob novas perspectivas.

Depois acontece que o festival é muito receptivo ao cinema de outras paragens que não as americanas ou inglesas. Se calhar o que para nós é fantástico para eles é banal, mas reconheço que para mim são, em geral uma novidade. Tradicionalmente costumam haver muitos filmes neozelandeses, normalmente com muita fantasia, filmes coreanos, cheios de violência e urbanismo, e os filmes espanhóis, normalmente mais para o crime de faca e alguidar. Mas não só. E no fundo o cinema americano também não deixa de estar presente só pelo facto de o ser. Estes países costumam ser candidatos crónicos a algum prémio, ou pelo menos a muitos comentários.

Outro factor muito importante: O espaço onde decorre o festival.
Eu acho que a cidade do Porto, em pleno inverno, é o cenário ideal para este tipo de filmes. Percorrer à noite as ruas com as suas luzes e o nevoeiro. As casas que por vezes parecem não pertencer a este tempo. As pessoas com vestes longas e compridas que fácilmente esconderiam um ser extraterrestre debaixo delas. Digam-me se isto não é um ambiente fantástico?
Eu considero que tudo isto influencia o visionamento dos filmes. Para já sabemos pouco ou nada sobre o filme que vamos ver. São filmes que ainda não estrearam em Portugal, ou que nunca virão a estrear, e que não têm todo o condicionamento das campanhas promocionais. E ao começar o filme hesitamos... será de rir, será a sério? O pouco que sabemos só nos aumenta as dúvidas. Por isso só nos resta manter o espírito aberto e deixarmo-nos levar. E é isso que eu gosto que aconteça num filme.

E é isso que eu gosto num festival. Que nos dê mais do que uma mera reunião de obras, que crie ambiente para as saborear, que nos incentive a descobrir. Que nos faça ir um pouco mais além e voltar satisfeitos.