Tuesday, September 27, 2005

De encontro à música

Das várias formas que a música pode nos encontrar, há várias que me encantam.
Um bom exemplo são as bandas sonoras. É tão bom sentir as emoções do filme transferirem-se para a música. Foi através de muitos filmes que eu, e muita gente, descobriram compositores que de outra forma ficariam no nosso anonimato. Muito falarei sobre isto nos próximos tempos.

Outra forma encantadora são os concertos. Não falo daqueles em que vamos ver a banda que já há muito idolatramos, mas aqueles em que involuntariamente assistimos. É bem sabido que há artistas que são muito melhores em palco do que em disco. Mas nem é por aí. Por vezes, pura e simplesmente, nunca tínhamos ouvido antes aquelas músicas. Tal é mais frequente nos festivais. Nos melhores festivais nem olhamos para o cartaz. Vamos quando podemos e tentamos estar receptivos. Eu, na verdade, sou fã de um bom festival. E não falo só de festivais músicais, claro. Julgo que os melhores são mesmo os de cinema. (Assunto para outro post).
E depois há todo o ambiente envolvente do festival.

As músicas que ouvimos quando viajamos também acabam por nos marcar indelevelmente. Quer sejam as que levamos connosco, quer sejam as que encontramos nessas novas terras. Mais uma vez, quando chegamos a casa revivemos a viagem através da música.
Mas não é só isso. Por exemplo, eu que gostava de Madredeus, mas que raramente encontrava a disponibilidade para os ouvir como devia, acabei por os ouvir no discman durante as viagens que fazia de comboio. Todas essas viagens, por vezes longas e chatas, transformaram-se em filmes, telediscos, vida sonora. Belíssimos.

Monday, September 19, 2005

"Espectáculo"

"Quando tu me vires no futebol
estarei no campo
cabeça ao sol
a avançar pé ante pé

Para uma bola que está
à espera de um pontapé
à espera dum pénalti
que eu vou transformar para ti

Eu vou atirar para ganhar
Vou rematar e o golo que eu fizer
Ficará sempre na rede
A libertar-nos na sede

Não me olhes
só da bancada lateral
desce-me essa escada
e bem deitar-te na grama

Vem falar comigo
como gente que se ama
e até não se poder mais
vamos jogar"

de Sérgio Godinho

Um pouco de bola

Em pequeno não ligava para futebol.
Não é que não gostasse. Não ligava. Mais tarde passou a coisa de quem não tinha mais do que pensar. E para mim só existia aquele gostar fanático de quem só vê o seu clube.

Hoje sou um homem diferente.
A culpa foi da nossa selecção. Ali não havia só clubes, mas toda uma cultura. A nossa. De novo fazíamos parte do mapa mundo. Todos torcíamos para o mesmo lado, quando estava em Portugal. E quando me encontrava no estrangeiro, muito me orgulhava que soubessem de onde vinha.
Encontrava-me em Paris quando ganhámos 3-2 à Inglaterra. Não me contive: saí à rua feito tolo à procura de outros compatriotas. E celebrámos. E fui celebrando, sofrendo e chorando as dores da nossa equipe.
E foi assim que o Futebol passou a cultura, a arte.

Agora compreendo. Vejo que o optimismo popular e económico está muitas vezes ligado às nossas equipas. Do nosso bairro, da nossa cidade, do nosso país. Gosto da euforia que nasce expontâneamente por mais uma vitória dos nossos. Gosto de me sentir criança, feliz apenas por coisas boas acontecerem.
Este é o melhor espectáculo do mundo até porque muita gente acha que este é o melhor espectáculo do mundo. E pronto. Tanta gente não pode estar enganada. Do mais simples ao mais erudito.
Também a ópera foi em tempos cultura popular, ignorada pelas elites. Tenho hoje muito mais respeito pelas culturas populares. Porque movem as massas. Porque movem países. Porque me move a mim, mas não me movo sozinho.
Porque me comove, mas não me comovo sozinho.

Sunday, September 11, 2005

The Sound of Silence

Escolhi postar a capa do album e não a do filme.
O filme é "The graduate" de Mike Nichols e o Album é essencialmente de Simon & Garfunkel.

O filme já o tinha visto a algum tempo e é porventura algo datado. Mas revi-o há pouco. É genial.
Não faço ideia porque não é daqueles filmes considerados clássicos, que toda a gente conhece. Na verdade é mesmo bastante desconhecido como filme. Mas é muitas vezes citado, mesmo que involuntariamente. Aliás, julgo que muita gente reconhece a imagem do cartaz.

Não é daqueles filmes que vivam pelo argumento mas sim pela sua componente emocional.
Resumidamente, esta é a história de Benjamim, recém formado. O nosso herói está a gozar umas merecidas férias em casa dos pais quando é seduzido pela amiga da família, a Sra Mrs. Robinson. Acontece que mais tarde, ao conhecer a filha da familia Robinson apaixona-se. And so on, ando so on...

A banda sonora, que geralmente funciona como o prolongamento do filme, fazendo-nos viver o estado de espírito do filme aqui é daqueles casos que são parte integrante do argumento. Há músicas que possuem essa capacidade, mas acho que geralmente o mérito é mais do filme.
Neste caso, as musicas tiveram vida própria e cresceram muito para além da sua história original.

1. The Sound Of Silence - Simon And Garfunkel
2. The Singleman Party Foxtrot - David Grusin
3. Mrs. Robinson - Simon And Garfunkel
4. Sunporch Cha-Cha-Cha - David Grusin
5. Scarborough Fair / Canticle (Inerlude) - Simon And Garfunkel
6. On The Strip - David Grusin
7. April Come She Will - Simon And Garfunkel
8. The Folks - David Grusin
9. Scarborough Fair / Canticle - Simon And Garfunkel
10. A Great Effect - David Grusin
11. The Big Bright Green Pleasure Machine - Simon And Garfunkel
12. Whew - David Grusin
13. Mrs. Robinson - Simon And Garfunkel
14. The Sound Of Silence - Simon And Garfunkel

Belle de Jour - The Graduate



de Mike Nichols e de Simon & Garfunkel

Saturday, September 10, 2005

Belle de Jour - Terry´s



de Vault 49

Wednesday, September 07, 2005

Quero Chocolate Wonka !!

Nos últimos tempos fiquei bastante impressionado com o último filme de Tim Burton, Charlie and the Chocolate Factory. Mais uma vez.
Para além de muitas coisas, agradou-me a estética, o imaginário visual ali criado. O simbolismo da simples embalagem do Chocolate é para mim marcante. Com um estilo algo retro e cheio de personalidade, sente-se que é um produto cuidado, feito com carinho e gosto. A embalagem é apelativa, com várias versões, até em carateres orientais. Gostei.

O que mais me impressiona é que a embalagem é apenas um pormenor de um filme. Aquela embalagem tão bem composta não foi, nem será, feita para entrar em produção. Aliás, pode até passar despercebida no todo do filme.
Quantas empresas de produtos, cuja qualidade da embalagem dependem muito as suas vendas, não dedicaram a mesma atenção que esta mereceu no filme. Sendo a qualidade estética e emocional de um produto tão facilmente alcançáveis, como pode ser esta uma área tão desprezada? Será que nunca ninguém comprou um produto só pela embalagem?

Não necessários realmente grandes meios para conseguir uma embalagem como a do Chocolate Wonka. Apenas alguma dedicação. Num filme isso não seria decerto o mais importante, mas aqui não faltou.
E isto foi apenas um pormenor. Belo filme!

Friday, September 02, 2005

Belle du Jour



de Chase Design Group

Thursday, September 01, 2005

Belle du Jour