Monday, February 19, 2007

on Tv

"Ela não tinha televisão e que acha que isso lhe estimulou a criatividade... Não a tinha antes, não a tem agora - mas as razões são outras. "Parece que, por não ter crescido com ela, não tenho capacidade de a ignorar. Se estivesse uma televisão ali ao fundo podia tentar conversar comigo e não conseguiria. Estaria vidrada, completamente hipnotizada pelo que quer quer estivesse a dar"

Joanna Newsom, no Y
comprendo-a perfeitamente

Friday, February 16, 2007

Plágio

A ultima edição do Ípsilon (ou a primeira) aborda o tema do plágio. Devo esclarecer que em geral sou a favor da reinterpretação. Excluindo a cópia pura considero que as boas obras, uma vez públicas, contaminam de ideias e novos conteúdos todos os criativos que a isso se disponham. E isso costuma ser benéfico.

Um dos maiores sucessos de Caetano Veloso, "Sozinho", foi originalmente escrito e interpretado por Peninha, um autor até aí desconhecido. Na sua versão ao vivo (a mais vendida), Caetano diz algo como: "Viva Peninha". E o autor foi assim resgatado à anonimidade com claros benefícios para o próprio e para a música em geral.
No panorama cultural brasileiro os exemplos são recorrentes tornando a sua expressão das mais dinâmicas do mundo.

O mesmo acontece por exemplo à cultura de Hollywood com uma intensa produção muitas vezes a raiar a cópia directa. Aliás, exemplos de cópia directa há-os em bastante quantidade para que realmente se dê atenção a isso. "Vanillla Sky" de Cameron Crowe, cópia do "Abre tus ojos" do Alejandro Amenábar, "City of Angels" de Brad Silberling é cópia de "Der Himmer über Berlin" de Wim Wenders, etc. Há inclusive o caso de Psycho, original de Alfred Hitchcock refeito igualzinho, plano a plano, por Gus Van Sant para eventualmente chegar à conclusão que em nada se acrescenta à obra original.
Mas vale sempre como exercício.

Muitas vezes cito como exemplo a música Summertime, que adoro. Tenho sempre que esclarecer que me refiro à versão cantada por "aquele" intérprete. Muitas vezes além do intérprete tenho que indicar a ocasião ou a orquestração, pelo facto de ter sido cantada várias vezes. Ora isto para mim é valor acrescentado, ora para os criadores, ora para alguns intérpretes (os melhores), ora para a cultura em geral. Defendo é que se deve citar as fontes ou inspirações. A partir daí, rédea solta à criatividade e que vençam os melhores.
Os públicos agradecem.

Tuesday, February 13, 2007

Grande Muralha da China



Venho a constatar que o mito de que "a Grande Muralha da China é a única estrutura humana visível do espaço" não se confirma. Segundo se pode ler no site da Nasa, a grande Muralha não é assim tão distinta na Terra. Ao que parece isto deve-se ao facto de a Muralha ser constituída por materiais similares ao terreno aonde se insere. Do espaço ainda se conseguem avistar algumas secções, mas não são as únicas coisas humanas que se distinguem.

Aliás, da Lua nenhuma estrutura humana é observável. Segundo Alan Bean, astronauta da Apollo 12, "A única coisa que se consegue ver da Lua é uma linda esfera muito branca, com algum azul e algumas zonas amarelas, e de vez em quando alguma áreas de vegetação verde". O elemento humano mais facilmente observável são mesmo as luzes das cidades à noite.

Mas uma coisa que por outro lado me impressiona é a extensão da Grande Muralha. Tinha a ideia que eram alguns quilómetros, muitos, mas nunca conseguia aperceber-me do total. E porque é que as pessoas só visitavam partes da Muralha e não a percorriam totalmente? A verdade é que, como um extensão de cerca de 7.000 Km não contínuos não é coisa que se faça facilmente. Para termos uma ideia, a distância da Dinamarca à Itália são uns mil Km. Imaginem isto sete vezes atravessando todos os obstáculos naturais que encontra pelo caminho. Não imaginei que Grande Muralha significasse algo assim tão Grande.

Monday, February 12, 2007

de nada



um pouco de nada...

Ao menos

Pelas contas no Público, um milhão 539 mil e 78 concidãos premeditadamente ainda viveriam na barbárie. É ainda uma grande número de analfabetos funcionais, de população sobre-idosa e de fanáticos religiosos. Mas está a diminuir.
Ao menos.

Referendando

Sunday, February 11, 2007

Eu sim

Lá fui eu depositar o meu voto na urna.
Pelo que eu sei a participação tem sido reduzida e pelo que eu vi a maioria de votantes era formada por velhinhas de biblia na mão e velhinhos salazarentos. Temo pelo pior...

Saturday, February 10, 2007

As trevas

Tenho pouca consideração por quem optou por votar não no próximo referendo contra o aborto. Aqueles que, pelas suas convicções não respeitam as outras pessoas. E nunca ouvi dos defensores do não argumentos coerentes e sinceros. Tudo o que dizem é sobre o que fariam ou que achavam que se deve fazer segundo as suas consciências. E acham que devem penalizar quem pensa, ou age, de forma diferente.

Em última instância, os cristãos mentem.
Eram contra o preservativo, e agora já aceitam conforme a conveniência. Devemos respeitar e amar o outro, mas optam por penalizá-lo na sua diferença. A religião católica é a que menos cumpre as suas máximas. E ainda bem, pois senão éramos um povo de comportamentos medievais. Mas querem, hipocritamente, vender esses valores como lei. E no limite, para depois não ser cumprida, como fazem com a religião. Quando é sairemos da idade das trevas?

Friday, February 09, 2007

Lá há

Nós (os portugueses subentenda-se) temos o hábito de dar como exemplo o estrangeiro. "Porque em muitos países fazem assim" ou "Porque lá fora é assado".

Não temos que estar sempre a inventar a pólvora, se existem modelos funcionais que basta seguir. Mas também não devemos escusarmo-nos a pensar por nós próprios. Podemos ter soluções novas e originais, ou pelo menos as adequadas à nossa realidade. Acho que faz falta pensarmos realmente no que precisamos, com pragmatismo. Estou farto de querermos ser sempre um pequeno modelo desadequado do que se faz na América ou na Europa. Ou pior: no Vaticano!

Obrigado

Contribuir com os meus impostos para pagar referendos?
Não, obrigado

Tuesday, February 06, 2007

À Marcelo

Se a pergunta fosse:
"Concorda com a despenalizaçao da mulher que aborta num sítio badalhoco, sem condições nenhumas?"
- Eu votava que sim.
Agora, num estabelecimento de saúde autorizado?
- Não!

Marcelo Fedorento



Este vídeo não explica tudo sobre o aborto. Mas explica muito sobre aqueles que ainda defendem o não

Abort Mission

Tenho evitado comentar o referendo ao aborto, quer aqui, quer no dia a dia. Na edição anterior envolvi-me demais e não consegui mudar a opinião de quase ninguém. E ninguém conseguiu mudar a minha. Nem sequer consegui motivar os meus amigos a irem votar.

Mas também estava descansado por que julgáva que ía-mos ganhar ( não só eu, mas todo o país). Mas na realidade aconteceu que cerca de um milhão de cidadãos venceu (o número total de votantes no não) e impuseram as suas ideologias a todos os restantes. Com a supressão da liberdade de escolha do indivíduo, todos ficamos a perder.

Penas

Concordo com os argumentos do não, mas não condordo com a conclusão. Nunca achei que penalizar alguém resolvia o assunto do aborto. Aliás, até agora não resolveu.

Incómodo

Nesta discussão do aborto incomoda-me que tratem as mulheres como seres estúpidos que, sem a ameaça de cadeia, desatarão a abortar como "quem perde um filho perde-o por gosto"

Confesso

Confesso - Sou liberal.
Que me incomoda a mim que a mulher que realizou um aborto esteja em liberdade. Que faça o que bem entender, desde que não interfira na minha liberdade individual. Sem hipocrisias.

Clerical

"A igreja põe sempre entraves à vida sexual das pessoas"

in Público

Desreferendarização

Devo esclarecer que sou totalmente contra os referendos. Pago a profissionais para decidirem por mim o que é melhor para mim. Ou em último caso, não tão bom para mim mas melhor para o bem comum. Estudar os dossiers e prever as consequências de determinadas medidas é da responsabilidade dos politicos. É a sua profissão. É a sua obrigação.

Se referendassem tudo, os funcionários públicos seriam a profissão mais bem remunerada do país, pois teriam a maioria dos votos. E nem tudo o que é bom para a maioria é o melhor para todos.
O referendo é uma atitude demissionária por parte dos políticos.

As onze novas maravilhas do mundo

Neste momento as setes novas maravilhas do mundo que têm mais votos são as seguintes: o Coliseu, a Grande muralha, Machu Pichu, Petra, as Piramedes de Gisé, o Taj Mahal e os Moais de Páscoa. Como já sabem, eu acrescentava algumas e tirava pelo menos os Moais.

Monday, February 05, 2007

Óscares

"Os Óscares são as mais das vezes padrões de política do que fasquias de qualidade"

por Jorge Mourinha

Little Children



de Todd Field

de Todd Field

No filme Little Children, de Todd Field, temos vários momentos de Cinema grande.
É aquele cinema em que é menos importante a história do que a forma como é contada. Há planos completamente ricos de leituras que nos ajudam a sentir a atmosfera daqueles momentos. Adoro o plano das borboletas em torno da luz com a menina a olhar para elas.

Um dos planos mais fortes é criado pêla recusa em fiilmar óbvio. Nessa cena Kathy descobriu algo e nós sabemo-lo, mas a imagem teima em não focá-la. A consciência do que se passa, pesa em nós sem que a imagem finalmente surja para aliviar a tensão. E ainda o plano do carrinho esquecido à chuva ou do livro na mesa ou do garfo a cair ou as folhas a agitarem-se. E as pequenas crianças.