Saturday, May 23, 2009
Por linhas tortas
Em Portugal vive-se muito da imagem.
Ironicamente isto acabar por resultar num benefício em certas ocasiões, por exemplo no caso da Justiça. A Justiça mesmo quando funciona, é demasiado lenta para produzir resultados concretos ou servir de inibição à prática criminosa. Mas os julgamentos em praça pública, gerados por alguns processo judicial e ampliados pelos media, embora não condenem ninguém, viram os holofotes para o crime praticado. Se não praticado pelos acusados, pelo menos por outrém. E aí, já não há forma de continuar a praticar o crime. E os acusados, mesmo quando o são injustamente, acabam por ter de comportar-se.
E é assim que a Justiça Nacional funciona apenas como um alerta mediático, que inibe a continuada prática do crime. A vergonha pela qual passam algumas figuras públicas já é condenação suficiente. Excepto para aqueles que têm falta de vergonha. Mas aí ainda sobra a real possibilidade de serem condenados, mesmo que só ao fim de dezenas de anos. E há ainda os inocentes. Mas esses por cá são poucos. Todos temos os nossos pequenos pecados, mesmo que apenas morais. Ou não fossemos portugueses....
Ironicamente isto acabar por resultar num benefício em certas ocasiões, por exemplo no caso da Justiça. A Justiça mesmo quando funciona, é demasiado lenta para produzir resultados concretos ou servir de inibição à prática criminosa. Mas os julgamentos em praça pública, gerados por alguns processo judicial e ampliados pelos media, embora não condenem ninguém, viram os holofotes para o crime praticado. Se não praticado pelos acusados, pelo menos por outrém. E aí, já não há forma de continuar a praticar o crime. E os acusados, mesmo quando o são injustamente, acabam por ter de comportar-se.
E é assim que a Justiça Nacional funciona apenas como um alerta mediático, que inibe a continuada prática do crime. A vergonha pela qual passam algumas figuras públicas já é condenação suficiente. Excepto para aqueles que têm falta de vergonha. Mas aí ainda sobra a real possibilidade de serem condenados, mesmo que só ao fim de dezenas de anos. E há ainda os inocentes. Mas esses por cá são poucos. Todos temos os nossos pequenos pecados, mesmo que apenas morais. Ou não fossemos portugueses....
Friday, May 22, 2009
Sunday, May 17, 2009
Volta Latham
No sistema de projecção cinematográfica, a "Volta Latham", que corresponde à introdução de uma pequena bobine que obrigava o filme a dar mais uma volta, embora não pareça grande coisa, veio a transformar completamente a história do cinema. Antes da sua existência, os filmes que tinham mais de um minuto eram impossíveis de projectar, uma vez que se partiam frequentemente. Esta volta extra fazia diminuir a tensão no filme, e, com isso, era possível criar filmes com mais de trinta metros.
Pela primeira vez, era possível fazer filmes a sério, com argumentos e tudo.
Bill Bryson em Made in America.
Pela primeira vez, era possível fazer filmes a sério, com argumentos e tudo.
Bill Bryson em Made in America.
Saturday, May 16, 2009
Maior
"Quando fiz Fina Estampa já pensava na questão de mexer em uma área de maior poder, que é a língua espanhola. A língua portuguesa é um gueto: embora haja muitos falantes dentro do mundo português, há muito poucos fora dele. Inglês é muito mais poder do que espanhol. ... Cantar as canções americanas é voltar a pontos de minha vida e da cultura de massas do século XX. Tenho ternura pelo material. Eles produziram a canção pop mais bonita do mundo, todas essas músicas já foram cantadas pelos melhores. O nível de composição e de execução dos americanos é um paradigma para o Ocidente".
Caetano Veloso, a propósito do seu disco "A Foreign Sound"
Caetano Veloso, a propósito do seu disco "A Foreign Sound"
Friday, May 15, 2009
Wednesday, May 13, 2009
Filmes mudos
Uma pequena história a propósito do episódio de Manuel de Oliveira de Cada Um o Seu Cinema, [em que o camarada Kruschev encontra o camarada Papa João XXIII]: Quando o Manuel mo mostrou, o filme era mudo. Mas eu disse-lhe: "É preciso som." Tudo bem que seja mudo, mas mesmo os filmes mudos tinham algum som, a música... Ele disse-me para eu encontrar uma solução, se ele gostasse metia-a no filme. Eu pensei em Erik Satie. Ele gostou, está no filme.
Gilles Jacob, em entrevista ao Público.
Gilles Jacob, em entrevista ao Público.
Saturday, May 09, 2009
Os Filmes mais...
A Total Film apresenta-nos duas listas muito interessantes.
Eu, que adoro listas, acho fantástico a premissa que está por detrás destas principalmente nos 67 filmes, onde nem tentaram encaixar num número redondo. Estes foram os escolhidos, nem mais nem menos.
Os 67 Filmes mais influentes de sempre
Os Vinte Filmes mais subvalorizados
Eu, que adoro listas, acho fantástico a premissa que está por detrás destas principalmente nos 67 filmes, onde nem tentaram encaixar num número redondo. Estes foram os escolhidos, nem mais nem menos.
Os 67 Filmes mais influentes de sempre
Os Vinte Filmes mais subvalorizados
Friday, May 08, 2009
Flores em Cannes
Quique Flores é um experimentalista. Se fosse em Cannes estaria na Quinzena dos Realizadores mas fora da competição.
Medeiros Ferreira nos Grandes Adeptos.
Medeiros Ferreira nos Grandes Adeptos.
Thursday, May 07, 2009
Espectros
Paul Theroux percebeu que ao longo dos anos as grandes mudanças não aconteciam nos países, mas em nós próprios. "Quando somos velhos, tornamo-nos invisíveis. Ninguém nos vê, ninguém nos vem vender nada. Tornamo-nos espectros. O ideal para viajar."
Isabel Coutinho sobre os LEV - Literatura em Viagem, em Matosinhos,
Isabel Coutinho sobre os LEV - Literatura em Viagem, em Matosinhos,
Tuesday, May 05, 2009
Sunday, May 03, 2009
Singularidades
Vale a pena lembrar que, se o cinema de Oliveira resiste e persiste, não é porque ele só tenha feito obras-primas, como também não é por causa da sua maravilhosa e respeitável idade. É antes porque Oliveira não abdica de pensar o cinema como uma máquina de maravilha e espanto, de algumas certezas fulgurantes e muitas dúvidas fascinantes.
João Lopes, alertando para o óbvio que por cá custa tanto a compreender. O resto está aqui.
João Lopes, alertando para o óbvio que por cá custa tanto a compreender. O resto está aqui.