Wednesday, January 26, 2022
Reparei que gosto dos dias de chuva !
Não gosto é dos dias de frio. Até não me importo muito com os dias de frio desde que tenham sol. Gosto da chuva e aguento o frio, desde que seja uma chuva quente ou um frio luminoso...
Amigos de sempre
Alguns dos meus amigos são das melhores pessoas do mundo. Pelo menos para mim ! Em algum ponto da nossa vida em comum criámos uma amizade feita de interesses e curiosidades partilhadas, num misto de admiração e empatia eu nos uniu naqueles instantes que vivemos juntos. E assim terão ficado até hoje, sem precisarem de o ser novamente. Aos velhos amigos basta estar lá, basta recordar o quanto já nos rimos juntos para que os sorrisos sejam naturais em ameno convívio. Juntos fomos o máximo e agora já pouco basta para estarmos bem.
Há outros amigos que não foi nada de especial nos uniu. Apenas o termos vivido juntos momentos avulsos ou simbólicos, que entretanto ficaram connosco. E eles fazem parte da experiência, vivem nas nossas recordações, ficam nas nossas vidas. Quando aquilo aconteceu eram eles que estavam do nosso lado. Serão sempre amigos porque estiveram lá ; )
Monday, January 24, 2022
Pela Cidade das Águas Movediças
Morreu Jean Claude Mezières, desenhador de Valerian et Laureline : (
Obrigado Mário, por relembrar e explicares um pouco porque Mezières fez tanto parte da minha vida. Mesmo sem querer e sem saber bem porquê, mas assim foi...
Pelas palavras de Mário Moura:
"Era raro relê-lo porque já o tinha feito tantas vezes, ao ponto de saber páginas inteiras de cor, de reconhecer manchas de tinta, trejeitos. Comecei a coleccionar-lhe as primeiras edições, talvez para tentar capturar um instante primordial antes de as ter conhecido, para as poder ler outra vez como se não as soubesse cá por dentro.
Valérian et Laureline foi das primeiras BDs pelas quais me apaixonei, daquelas paixões que doíam mesmo, que tiravam o ar e não se imaginava o que poderia ser o mundo sem aquilo. Foram uma educação sentimental e política. Foi a primeira vez que, sem o saber, percebi o que era o feminismo, o que era uma relação entre um herói e uma heroína de igual para igual. Entrevi os problemas da História e aprendi uma sensibilidade política. Tudo isso e muito mais.
Seria mais fácil dizer as histórias que não gosto do que as minhas favoritas, mas dada a ocasião faço o esforço:
Entrei pela "Cidade das Águas Movediças" e ainda me parece uma pequena obra prima. Na altura em que foi publicada comentou-se a inovação de fazer uma BD «séria» com um desenho caricatural, mas o que me ficou a espessura do retrato da América, que se percebia ter sido feito na primeira pessoa. Não me espantou saber que Mezières lá tivesse vivido como cowboy.
A minha favorita durante muito tempo foi a dupla "Metro Chatelet – Brooklyn Station". Marcou-me o contraste entre o quotidiano do século XX e os imensos cenários cósmicos. É também um dos exemplos de como o herói Valerian era sempre subtilmente o ingénuo, o objecto sexual, a máquina de guerra, enquanto Laureline era densa, consciente e estratégica.
Tenho de referir "O Império dos Mil Planetas" que é perfeita. Não é aquela à qual volto com emoção, mas é perfeita. Se a cultura visual de ficção científica do último quartel do século XX desaparecesse, era possível reconstruí-la a partir destas páginas, desde o Star Wars ao Moebius.
Finalmente, o que eu sei ser hoje o meu preferido: "Nas Terras Programadas". Durante muito tempo, convenci-me que era uma história de transição, um daqueles episódios onde não sucede nada, mas, nesse aspecto, é "As Jóias de Castafiore" de Mezières e Christin – a sua obra prima. Numa série sobre viagens no tempo, é o único sobre a História dos Historiadores, e sobre quem é o sujeito Brechtiano da história, e sobre tipos de feminismo, e sobre a História enquanto forma – e tantas outras coisas."
É isto. Hoje morreu Jean Claude Mezières, o desenhador de Valerian et Laureline. 40% do facebook são obituários mas este é especial. Obrigado por tudo.
Obrigado Mário, por relembrar e explicares um pouco porque Mezières fez tanto parte da minha vida. Mesmo sem querer e sem saber bem porquê, mas assim foi...
Pelas palavras de Mário Moura:
"Era raro relê-lo porque já o tinha feito tantas vezes, ao ponto de saber páginas inteiras de cor, de reconhecer manchas de tinta, trejeitos. Comecei a coleccionar-lhe as primeiras edições, talvez para tentar capturar um instante primordial antes de as ter conhecido, para as poder ler outra vez como se não as soubesse cá por dentro.
Valérian et Laureline foi das primeiras BDs pelas quais me apaixonei, daquelas paixões que doíam mesmo, que tiravam o ar e não se imaginava o que poderia ser o mundo sem aquilo. Foram uma educação sentimental e política. Foi a primeira vez que, sem o saber, percebi o que era o feminismo, o que era uma relação entre um herói e uma heroína de igual para igual. Entrevi os problemas da História e aprendi uma sensibilidade política. Tudo isso e muito mais.
Seria mais fácil dizer as histórias que não gosto do que as minhas favoritas, mas dada a ocasião faço o esforço:
Entrei pela "Cidade das Águas Movediças" e ainda me parece uma pequena obra prima. Na altura em que foi publicada comentou-se a inovação de fazer uma BD «séria» com um desenho caricatural, mas o que me ficou a espessura do retrato da América, que se percebia ter sido feito na primeira pessoa. Não me espantou saber que Mezières lá tivesse vivido como cowboy.
A minha favorita durante muito tempo foi a dupla "Metro Chatelet – Brooklyn Station". Marcou-me o contraste entre o quotidiano do século XX e os imensos cenários cósmicos. É também um dos exemplos de como o herói Valerian era sempre subtilmente o ingénuo, o objecto sexual, a máquina de guerra, enquanto Laureline era densa, consciente e estratégica.
Tenho de referir "O Império dos Mil Planetas" que é perfeita. Não é aquela à qual volto com emoção, mas é perfeita. Se a cultura visual de ficção científica do último quartel do século XX desaparecesse, era possível reconstruí-la a partir destas páginas, desde o Star Wars ao Moebius.
Finalmente, o que eu sei ser hoje o meu preferido: "Nas Terras Programadas". Durante muito tempo, convenci-me que era uma história de transição, um daqueles episódios onde não sucede nada, mas, nesse aspecto, é "As Jóias de Castafiore" de Mezières e Christin – a sua obra prima. Numa série sobre viagens no tempo, é o único sobre a História dos Historiadores, e sobre quem é o sujeito Brechtiano da história, e sobre tipos de feminismo, e sobre a História enquanto forma – e tantas outras coisas."
É isto. Hoje morreu Jean Claude Mezières, o desenhador de Valerian et Laureline. 40% do facebook são obituários mas este é especial. Obrigado por tudo.
Livro de vagar
Cada livro que me tenta, não o faz só com o enredo, com as críticas positivas, com o design da capa, mas também, perversamente, porque acredito que estou também a comprar o vagar de o ler.
Como quem compra uma casita no campo que fica às moscas durante anos, antes de ser posta à venda...
por Mário Moura
Como quem compra uma casita no campo que fica às moscas durante anos, antes de ser posta à venda...
por Mário Moura
Wednesday, January 12, 2022
Sunday, January 09, 2022
15 Best Time Travel Movies
01.) Back to the Future
02.) Groundhog Day
03.) Terminator 2: Judgment Day
04.) Planet of the Apes
05.) Bill & Ted’s Excellent Adventure
06.) Edge of Tomorrow
07.) 12 Monkeys
08.) Star Trek (2009)
09.) Harry Potter and the Prisoner of Azkaban
10.) Looper
11.) Idiocracy
12.) Back to the Future Part II
13.) About Time
14.) The Terminator
15.) Primer
by Collider
02.) Groundhog Day
03.) Terminator 2: Judgment Day
04.) Planet of the Apes
05.) Bill & Ted’s Excellent Adventure
06.) Edge of Tomorrow
07.) 12 Monkeys
08.) Star Trek (2009)
09.) Harry Potter and the Prisoner of Azkaban
10.) Looper
11.) Idiocracy
12.) Back to the Future Part II
13.) About Time
14.) The Terminator
15.) Primer
by Collider
Saturday, January 08, 2022
Ondas na Zurriola
Adoro surfar, sempre que o tempo e as ondas mo permitem e quando consigo encontrar um sítio com pouca gente. Com todos os jovens surfistas que andam por aí em muito melhor forma do que eu, incluindo os meus filhos, é-me difícil apanhar ondas no mar. Especialmente na praia da Zurriola, onde vivemos e que será das mais concorridas do mundo. Josema Odriozola, fundador da Wavegarden.
Bom, eu passo lá o Verão a surfar e passo muito bem : )
Bom, eu passo lá o Verão a surfar e passo muito bem : )
Friday, January 07, 2022
Bellyboard in Leça
Excerto do filme documental “Aspectos de Leça da Palmeira, Matosinhos e Leixões” produzido em 1927 pelos Serviços Cinematográficos do Exército, disponível na Cinemateca Portuguesa.
Surf in Europe
O primeiro registo cinematográfico da prática de surf na Europa foi filmado em Portugal, no longínquo ano de 1927. O filme foi produzido pelos Serviços Cinematográficos do Exército e revela um grupo de homens a praticar bellyboard - uma modalidade antepassada do bodyboard. Em Leça da Palmeira.
Segundo o Oporto Surf Guide, estes praticantes não deviam ser portugueses, mas provavelmente ingleses, já que Leça era à data uma importante estância balnear para as famílias britânicas que mantinham negócios na Invicta.
Bruno Lobo, A História do Surf in VisãoSurf
Segundo o Oporto Surf Guide, estes praticantes não deviam ser portugueses, mas provavelmente ingleses, já que Leça era à data uma importante estância balnear para as famílias britânicas que mantinham negócios na Invicta.
Bruno Lobo, A História do Surf in VisãoSurf
Sunday, January 02, 2022
Saturday, January 01, 2022
Casas
Os objectos são parte indispensável da paisagem doméstica. Livros, arte, cadeiras, mesas, tapetes, poltronas e sofás, são presenças silenciosas que medeiam a relação entre o homem e o espaço. As casas de todos são povoadas por estas presenças.
A Arquitectura tem de ser minimalista e simples para receber a vida dos outros. O objectivo é ser confortável, cozy, porque a vida é feita de objectos e afectos, de relações porque nos lembram emoções, momentos, coisas. Os arquitectos não podem desenhar esta última camada...
Maria Milano, Roberto Cremascoli, com Eduardo Souto Moura, in A Casa de Quem faz as Casas
A Arquitectura tem de ser minimalista e simples para receber a vida dos outros. O objectivo é ser confortável, cozy, porque a vida é feita de objectos e afectos, de relações porque nos lembram emoções, momentos, coisas. Os arquitectos não podem desenhar esta última camada...
Maria Milano, Roberto Cremascoli, com Eduardo Souto Moura, in A Casa de Quem faz as Casas