Monday, December 25, 2006

Cultura Económica

A cultura pode pôr no mapa um país ou uma região, com claros reflexos na sua economia. Exemplos como os da Jamaica, ou do Guggenheim de Bilbao são por demais reconhecidos. Quase não conheço a Bilbao por mais nada, mas conheço Bilbao. E os reflexos não se notam apenas no turismo. Criando um efeito de Marketing, publicitam a região, os seus produtos, as suas gentes.

Para mim existe um exemplo em Portugal desta relação: o Festival Sudoeste, na Zambujeira do Mar. Este evento que decorre todos os anos por altura do Verão pôs o Alentejo todo no mapa e principalmente o seu litoral.
Durante muito tempo o litoral Alentejano "não existia". Se eu comentava que tinha ido à praia no alentejo era motivo de risada de todos aqueles que só conheciam a região por terem de atravessá-la a caminhos dos Algarves. A ideia de Alentejo era de um grande descampado quente e seco. Até que Rui Veloso canta Porto Covo. Até que os Massive Atack cantam na Zambujeira. Até que centenas de jovens passam uma semana a cantar no Alentejo.

E eis que toda uma geração descobre o Alentejo, as suas praias, sua gastronomia, sua cultura. Compram-se quintas no Alentejo. Bebem-se os vinhos alentejanos. Passam-se férias inteiras na Costa Vicentina. Vende-se toda uma região sem gastar um cêntimo em publicidade.


dedicado ao "economista" Rui Rio

Ex Festa da Música : Sem medidas

A Festa da Música no CCB acabou. Por razões orçamentais, como tudo actualmente. Nunca fui, nunca pude. Mas os seus reflexos eram perceptíveis em Portugal inteiro. Por esses dias falava-se, lia-se e ouvia-se mais música clássica. Era uma unanimidade nacional, com os públicos a aderirem em massa.
O que eu queria aqui salientar encontrei escrito num artigo de opinião do Público. Não me recordo do valor de cada edição da Festa da Música, mas em números absolutos era muito. No entanto, termos proporcionais, custava tanto quanto cem metros de auto-estrada.
Cem metros !!

Ou seja, se uma qualquer auto-estrada fosse um quilómetro mais curta, podíamos realizar a Festa da Música durante os próximos dez anos. Eu sei que são orçamentos e financiamentos diferentes, mas é um exemplo das nossas prioridades.

Friday, December 15, 2006

Intolero

"The 870.000 Jews expelled from Arab countries in the 1940s and 1950s similarly settled quietly in the United States, Europe and Israel. They aren’t out there blowing up Iraqi, Moroccan and Algerian embassies or airplanes, which is why you probably never think about them.

The list of people who were displaced by the events of World War II and decolonization is endless. The only group that anyone pays attention to is the Palestinians. If the Palestinians were to stop blowing up airplanes and pizza shops people would stop paying attention."

por Philip Greenspun in Those Who Forget The Past

Normalmente não simpatizo muito com povos que matam atletas olímpicos durante os Jogos. O facto de serem intolerantes, incultos, ditaturiais, racistas, machistas e xenófabos só reforça o sentimento. Não estou a dizer que gosto dos Israelitas, eu mal os conheço. O que eu não simpatizo é com os povos que matam atletas olímpicos e...

Tuesday, December 12, 2006

Elis e Ela

Não vivi Elis Regina. Ouvi muito, não pela própria, mas pelas minhas mães, minhas tias e minha avó. E como havia muita música boa, não fui por aí. Mais tarde aconteceu-me Maria Rita. Involuntariamente. Era bom e sabia bem. Não precisei de entrar em considerações. Se não houvesse Elis, haveria mais consideração. Talvez seja preciso ouvir melhor, mas sem querer vivi Maria Rita. E então !?

Friday, December 08, 2006

Book Cell



Involuntariamente, fui parar ao Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste de Gulbenkian. Não esperava ser surpreendido por uma das obras de arte mais fascinantes que já me foi dado ver. Já ao longe me fascinava pela sua beleza. Mas foi ao perto, ao interagir com a obra que o caleidoscópio de emoções tomou conta de mim. Mesmo sabendo que era "apenas" uma obra de arte, não consegui fugir às emoções. Por dentro da peça a sua beleza pareceu-me infinita.
Sinceramente.

Muito do que acima expresso não são apenas metáforas, mas reais sensações físicas. O autor, Matej Kren, era até então totalmente desconhecido para mim. A peça nem se integra em nenhuma das exposições patentes na fundação. Está no átrio do Museu de Arte Moderna. Recomendo realmente uma visita à fundação. Com tanta coisa, nem visitei as exposições de Pedro Cabrita Reis nem de Amadeu de Sousa Cardoso. Bom sinal. Quer dizer que terei de lá voltar.

Book Cell de Matej Kren

Cada vez menos

Cada vez tenho postado menos.
Não que não tenha nada a dizer, e nem tem sido uma questão de tempo. Passará mais pela concentração que as minhas novas obrigações profissionais têm exigido. E ainda bem. Mas vou acumulando sem que consiga cá voltar, adiando as palavras e as imagens. Começa a ficar demasiado fácil citar outros em mensagens que já vêm "arranjadas". Mas enfim, assim é... assim vai sendo. Continuo, só que mais devagar. Irei longe ?