Saturday, July 31, 2010

Salt water

The cure for anything is salt water - sweat, tears, or the sea.
Isak Dinesen.

Dirty Words


Tipografias.

Trust

Ser de confiança é como ser uma senhora: Se tens que dizer a todo o mundo que o és, significa que não o és.
Margaret Thatcher.

Friday, July 30, 2010

Buçaco

Protegidos por uma bula do papa Urbano VIII que ameaçava com a excomunhão quem se atrevesse a cortar árvores no Buçaco, os frades não só conservaram o que já existia, como foram enriquecendo o bosque, plantando freixos do México, bétulas da Noruega, sequóias gigantes da América do Norte, criptomérias do Japão, nogueiras-pretas, araucárias e choupos do Canadá, eucaliptos da Austrália, cedros dos Himalaias e ciprestes da América Central, entre muitas outras espécies.

Os carmelitas procuravam a diversidade, tentando recriar o paraíso.
O Buçaco, no Público.

Saturday, July 24, 2010

Madagascar


Madagascar, Carnet de Voyage, de Bastien Dubois.

Lie

Apercebi-me que a série de telelevisão norte-americana Lie to me é o supremo desafio para o trabalho de actor, pelo menos ao nível da expressão facial que é o factor preponderante em televisão. Sempre considerei que as séries que apresentam diferentes cenários em cada episódio implicavam o recrutamento de uma legião de actores secundários que comporiam a trama específica dessa história. E sempre me impressionei com a relativa qualidade desses actores secundários, até por serem tantos, embora por vezes alguns se repitam de série para série.

Por exemplo, no CSI soube que estiveram presentes o Joaquim de Almeida e noutra altura a Nelly Furtado. Ora, o Joaquim é um bom actor de segundo plano em Hollywood que serve perfeitamente para um papel secundário, mas a Nelly nem por isso. E com tantas séries e tantos episódios, os secundários não deverão ter todos a melhor qualidade. Mas no "Lie to me" essa qualidade é essencial para o desenvolvimento da história, principalmente em pequenos detalhes. A máquina americana é sempre eficaz ao nível técnico e orçamental, mas os actores são gente como qualquer outra. Mas ali muitos têm que ser excelentes actores sob o risco de comprometer a essência da série. E a verdade é que eles correspondem, e em todos os momentos os pequenos pormenores da expressão facial não deixam de estar lá. Não basta fazer um simples Cameo, ou ter um belo sorriso decorativo. Não, todos têm que trabalhar para manter a coerência do todo.

E os actores portugueses, quantos conseguiriam participar na série?

Awareness

2046


2046 de Kar Wai Wong.

Wednesday, July 21, 2010

Dedicar uma rua

A rejeição de Rui Rio à proposta de dedicar uma rua do Porto a José Saramago se ficou a dever ao facto de o vereador Rui Sá não ter explicado ao presidente da câmara quem foi Saramago.
Manuel António Pina no JN.

Sunday, July 18, 2010

Old movie lines

"How am I funny?"
Tommy (Joe Pesci) in GoodFellas (1990)
"I'm not bad. I'm just drawn that way."
Jessica Rabbit (Kathleen Turner) in Who Framed Roger Rabbit (1988)

Ontem vi muitos filmes, ou melhor revi pois foi apenas televisão. Sabe tão bem rever um bom filme, mas raramente reponho no Dvd filmes que já vi, pois tenho tantos em casa que ainda não vi. No entanto, sempre que casualmente encontro os bons velhos filmes, não consigo mesmo descolar. E ainda bem. Neste caso destaco dois clássicos, "Goodfellas" de Scoresese, e "Who Framed Roger Rabbit" de Robert Zemeckis. Além de uns velhos episódios do "Dexter" e do "True Blood". Foi bem melhor do que ir ao cinema ver um novo Filme da Treta parte III, tão típicos à beira do Verão. Se calhar, a época baixa televisiva até é melhor do que eu pensava. Vivam as reposições.

Friday, July 16, 2010

Sunny suicide


Virgin Suicides, de Sofia C.

Blogs do ano

A lista dos Blogs do ano pela revista Time, aqui arrumados pela revista Veja em os Melhores, os Essenciais e os Sobreavaliados. Acho que faltam alguns, principalmente ao nível do Design e da imagem, bem como os escritos em português, como o Uniduo.

Uma geração

O último Crash do sistema bancário foi nos anos 30 e a recuperação, muito acelerada pela II Guerra Mundial, só aconteceu na década de cinquenta. Estamos a falar de 25 anos, mas com uma guerra pelo meio, que mudou todas as relações financeiras internas e externas. Podemos ter que esperar uma geração para que o setor bancário volte a fazer aquilo que fazia nos anos sessenta e setenta.

James K. Galbraith, na Visão.
Parece que estes tempos estarão para durar.

James também sugere uma fórmula original de integração europeia, que consiste em uniformizar o sistema de pensões. Se alguém, em Portugal trabalha quarenta anos, não deveria ter uma reforma mais pobre de alguém na Alemanha que trabalhou durante o mesmo período. Isto nivelaria de facto a Europa como um todo.

Amélie Poulain


Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet.

Wednesday, July 14, 2010

Best-Shot Film

A lista dos filmes com a melhor fotografia de 1998-2008.
01 - Amélie: Bruno Delbonnel
02 - Children of Men: Emmanuel Lubezki
03 - Saving Private Ryan: Janusz Kaminski
04 - There Will Be Blood: Robert Elswit
05 - No Country for Old Men: Roger Deakins
06 - Fight Club: Jeff Cronenweth
07 - The Dark Knight: Wally Pfister
08 - Road to Perdition: Conrad L. Hall
09 - Cidade de Deus: César Charlone
10 - American Beauty: Conrad L. Hall

De salientar que muitos destes filmes nem Óscar tiveram na respectiva categoria. Dos 40 seguintes queria destacar ainda o Moulin Rouge, lindíssimo na linha do Amélie (Donald M. McAlpine); The Man Who Wasn’t There, há quanto tempo não víamos um preto e branco tão lindo (Deakins); e fora da lista o Traffic, com múltiplas abordagens onde a fotografia é também parte da história (Steven Soderbergh).
A lista completa aqui.

Tuesday, July 13, 2010

Em tudo

O sexo não é tudo, mas está em tudo.
João Lopes, on Hitchcock.

España


Este Mundial ficou marcado pelos erros de arbitragem, os relvados deploráveis, a bola mentirosa e as vuvuzelas insuportáveis...
Bruno Prata, no Público.

Áfricas

A arbitragem fraca, e as vuvuzelas foi o que mais me marcou.
Quando falo na arbitragem, não me refiro às bolas que teriam entrado ou aos jogadores que defendem golos certos. Para mim, custou-me principalmente os foras de jogo - tantos golos por marcar, tantas jogadas interrompidas - mas também as expulsões demasiado severas, principalmente nas primeiras rondas, e muitas faltinhas pequenas mal marcadas, sempre a inclinar o campo para os mais fortes. Gostei das repetições em Superslowmotion, mas odiei a bola que tanto prejudicou o bom futebol - ninguém marcou um único golo de livre, a compensar claramente as faltas à entrada da área.

Achei a FIFA uma miséria, a vários níveis.
Erraram muito, nunca admitiram os erros, e fizeram tudo para os esconder. Considerar que o único erro do golo ilegal de Tevez foi permitir a sua repetição no estádio, o árbitro sabendo pelas imagens que tinha errado, a não mudar a decisão porque a Fifa não permite, a demora em considerar o real golo de Lampard, o facto de nunca corrigir os erros clamorosos dos árbitros, principalmente ao nível dos cartões - o cartão vermelho ao Kaká é surreal... e o árbitro até pode se enganar, mas a Fifa validar o erro é uma mera prepotência egoísta.

Gostei da Espanha.
Já merecia há muito, tendo sido eliminada injustamente muitas vezes. Falar em injustiça é esquecer os títulos todos da Itália ou da simpes presença da França neste Mundial. Aliás, a França teve o que mereceu, talvez merecesse um pouco mais, principalmente o senhor que estava a fazer de selecionador. A Argentina foi muito divertida, e gostei mais do Maradona - sacrificou os resultados em prol do espectáculo. Faltaram as estrelas, muito por causa a bola, mas gostei do anúncio da Nike. Os Portugueses foram normais, mais que isto teria sido uma surpresa. E estivémos com um palmarés de lesões, com jogadores em recuperação, e outros em baixo de forma. Mas podíamos ter surpreendido, como já aconteceu a tantos outros. Continuo com a opinião que o Europeu é bem mais difícil que o Mundial, com melhor nível e melhores arbitragens. Às vezes é uma lotaria, como a Holanda que não teve um adversário de dificuldade Mundial, excepto o Brasil. Aliás, Se o Europeu tivesse o Brasil e a Argentina, bastava mais um convidado e estava feito.

E senti muita falta do calor.
Eu sempre amei sentir o calor destes mundiais, torneios de Verão vistos em directo com equipas exóticas, com o mundo todo em directo. E as vuvuzelas, sempre as vuvuzelas. Foi uma África nova.

Sunday, July 11, 2010

Crude Waters


Waves carry oil from the Deepwater Horizon to the shores of Orange Beach, na revista Time.

Life in a Day

Ideia muito simples mas com toda a validade.
Filme um dia da sua vida, 24 de Julho mais precisamente, e ajude a documentar a vida do Mundo. Carregue as imagens no Youtube para os realizadores Ridley Scott e Kevin Macdonald produzirem o documento de todas essas filmagens para estrear no próximo Sundance. De preferência dê resposta a estas três questões:

- What you fear most in your life today?
- What do you love?
- What makes you laugh?


Um último pormenor: Se possível, tirar tudo o que tivermos no bolso e filmar. Talvez seja interessante, talvez nem por isso, quem sabe... Mais informações directamente no Sound + Vision.

O Tio Boonmee


Long Boonmee Raleuk Chaat, ou "O Tio Boonmee, que consegue recordar-se das suas vidas anteriores" de Apichatpong Weerasethakul.

Espiritualidades

Hoje foi o dia dos espíritos no audiovisual.
Sem querer vi três filmes de fantasmas, totalmente distintos mas com esse pequeno pormenor em comum. A saber:

- Ghost [Jerry Zucker]
- Down to Earth [Chris Rock and Paul Weitz]
- Long Boonmee Raleuk Chaat [Apichatpong Weerasethakul]

A Internet

"A Internet está completamente acabada.
Não vejo porque hei-de dar a minha música ao iTunes ou seja a quem for. Não me pagam um avanço e ainda se zangam por não a terem."
Prince, no Sound + Vision.

Thursday, July 08, 2010

Roja


Nadal na sua terra, Roja como a equipa...

Acção afirmativa

Sobre o princípio da chamada "acção afirmativa", que nos Estados Unidos corresponde a uma discriminação positiva em relação aos negros por factores históricos. Eu considero que as pessoas devem valer pelo seu mérito e não pela cor da sua pele. Claro que para certos tipos de empregos favorece ser uma pessoa bonita e para outros é essencial ser inteligente, mas sou contra quotas e outras discriminações.

A questão nos Estados Unidos é que a coisa não funciona bem assim. Como todos os países no mundo, entre os seus cidadão existem pessoas pessoas burras, pessoas normais e pessoas inteligentes. E uma pessoa negra, se for burra, não deve nomeada director da empresa só por ser negra. É nomeada ser for inteligente e competente. Mas a verdade é que geralmente precisa de ser muuuito mais inteligente para chegar a director, e na maior parte das vezes não chega a acontecer. A grande maioria das empresas norte-americanas não são geridas por negros, inteligentes ou não. Mas o país pode ser dirigido por um presidente burro branco.

Tirando o desporto e a cultura, os negros só chegam lá se forem inteligentes e bem comportados. Para um negro chegar a presidente, precisa de mesmo muito mais inteligente, muito mais bem comportado e com muito carisma e afins. Mas um qualquer branco burro e idiota chega lá e fica por lá oito anos. Pelas empresas passeiam-se dirigentes brancos cheios de crimes e culpas, de quem ninguém faz eco, mas fosse um negro já era um símbolo de que tudo vai mal. Não concordo com a discriminação, seja em que sentido for, mas os Estados Unidos têm as coisas muito mal resolvidas.

Considerações a partir de "Boston Public", "Chris Rock - Never Scared" e "West Wing".

Black & Yellow


A primeira vez...

Monday, July 05, 2010

Bocelli referee

A arbitragem Portugal-Espanha foi má. O cartão vermelho foi injusto. Todas as faltas foram a favor da Espanha. Sou amigo do Baldassi, mas não deixou Portugal progredir. O golo estava fora-de-jogo. Não quero ser provocador nem agradar aos portugueses, mas o árbitro auxiliar estava atrás do último jogador de Portugal que estava a tapar o Villa. Dizem que o golo do Tévez foi fora-de-jogo. Este também foi. O árbitro auxiliar era o Andrea Bocelli.

Viva o Maradona !!!

Nacionalismos à parte, mas mais do que o golo em fora-de-jogo, que na dúvida até deve ser validado, são os pequenos erros de arbitragem que mais condicionam uma partida. Quando os contra ataques portugueses terminam sempre com um apito, o jogo não progride e os grandes casos não chegam a existir.

Este jogo nunca teria um vencedor claro, e a vitória Espanhola seria um justa - tal como a nossa. Mas fala-se tanto numa bola que passa dez centímetros da linha de golo, e nada quando um fora de jogo é mal assinalado a um jogador isolado. Não há arbitragens perfeitas, o erro acontece. Mas também não se deve fingir que não houve erro. E depois só se lembram dos vencedores.

Au jour d'hui


De Alex Gaidouk.

Seleccionados

Não concordo com a afirmação de que nunca se deve misturar política com futebol. Pelo contrário, futebol é política. A Selecção Nacional é rosto externo do nosso país, uma espécie de embaixadores da identidade nacional. Naquela pequena amostra vemos espelhado o país, as suas composições étnicas e sociais, os comportamentos, os idiomas, as cores nacionais.

As ascendências diversas que algumas selecções apresentam reflectem a sua sociedade, a internacionalização de muitos jogadores em outros campeonatos revela poderios económicos e muito das relações sócio-políticas entre as diferentes nações. O desporto é uma manifestação cultural de um país, os seus adeptos, os seus dirigentes e treinadores.

Na minha opinião, foi o Euro 2004 que pôs o Durão Barroso na presidência da União Europeia. Não apenas a prestação da equipa, mas a organização do campeonato, o Porto Campeão da Champions League, o Mourinho no Chelsea, o Ronaldo no Manchester e todo o mediatismo inerente. E claro que não é apenas no futebol. O Master de Ténis em Lisboa, o Lisboa-Dakar, a Expo 98 e Porto Capital Europeia da cultura.

Thursday, July 01, 2010

Vintage Yates


Eleven Kinds of Loneliness.

Cenas sexuais

No Festival de cinema de animação Monstra, apresentou-se um filme cujo conteúdo continha cenas de sexo bastante explícito e visualmente fortes. A questão que imediatamente se levantou foi quem teria realizado o filme, um homem ou uma mulher. Será que é diferente a forma como os géneros abordam este tema no audiovisual? Mas mais importante, será que muda a forma como vemos a cena mediante a sua autoria? Será que homens e mulheres são assim tão distintos na forma de filmar o sexo, ainda para mais no Cinema de Animação?

Mais tarde soube que o fime era inesperadamente realizado por uma mulher. Não me recordo do título. Recordo-me das reflexões.

Supernovatron


Supernovatron, unknown - Acrylic on Canvas.

Imperar

Os Romanos foram um império porque construiram estradas, e os Britânicos porque dominaram os mares. Os Norte Americanos dominaram sucessivamente o Ar, o Espaço e as Auto-estradas da informação.
Reflexão a partir do filme Os Eleitos.

Limiar

Em Portugal, as pessoas em risco de pobreza vivem com cerca de 360 euros, na Dinamarca este limite situa-se nos 900 euros.

Lost in


Não considero propriamente mindfucker, mas quem me tem feito reflectir durante mais tempo é sem dúvida a menina Sofia Coppola.