Tuesday, April 25, 2006

Indie Lx




Indie Lisboa, Festival Internacional de Cinema Independente.

Indieferente

Adoro Cinema independente.
Sobra agora a questão: o que é, o que define o cinema independente? Não é de facto um género cinematográfico de fronteiras definidas.
Normalmente fala-se em orçamentos, que são filmes de poucos meios, mas não só. A questão de não provir dos grandes estúdios, de não ter à partida grandes objectivos comerciais. Fala-se por vezes no país de origem ou no curriculo do realizador.
Há quem diga simplesmente que é diferente.

Para mim é este o factor mais forte. É um cinema que trilha novos caminhos, que não vai atrás da lógica fácil do já visto e do já feito. Que experimenta. Tanto nos modos como nos temas. Que não se prende às regras sociais, quer do cinema, quer da vida. Às vezes é estranho, incómodo, repulsivo, fascinante, inovador.
Mas é diferente.

Sunday, April 23, 2006

Suicidar

Será possível construir o socialismo na Suiça?
Sim, mas estragava-se aquilo tudo e era uma pena.

por Lenine

disponível

Estes últimos tempos tem andado difícil de conseguir disponibilidade para organizar ideias e pô-las aqui. Tenho vindo a acumulá-las desorganizadamente. De qualquer forma, para que as visitas não sejam em vão, vou reforçar a escrita de citações, listas e outras que tenha em arquivo.

Monday, April 17, 2006

Marilyn


A ironia deste quadro é que é um Ícone de um Ícone, feito por um Ícone

Marilyn de Andy Warhol

Bonito

Quando perguntaram a Andy Warhol o que era para ele a arte Pop, respondeu: - É fazer coisas bonitas

citando Caetano Veloso no Dvd: Outros (doces) Bárbaros

Wednesday, April 12, 2006

Diferenciável

"Há alguns anos, eu trabalhava num projecto da Wolff Olins, em colaboração com a Direcção Geral de Turismo de Portugal, com o objectivo de vender Portugal como um destino turístico.

Havia muitos turistas do Norte da Europa que compravam férias no Algarve por causa do sol, mar e areia. Mas o sol, o mar e a areia tornaram-se bens indiferenciáveis. De modo a diferenciar Portugal como destino turístico, tivemos de encontrar uma ideia central que fosse verdadeira, reconhecível e comercializável, e que distinguisse Portugal dos outros países. Num certo sentido, claro, Portugal era apenas mais um destino de férias da Europa latina, talvez não muito diferente, de forma superficial, da França, Itália ou Espanha.

Nesse caso, que factor diferenciava Portugal? A resposta era tão simples e óbvia, tão importante e verdadeira que, assim que a vimos, não pudemos compreender por que razão tínhamos demorado tanto a encontrá-la. Portugal, ao contrário dos restantes países da Europa latina, não é um país mediterrânico; é o Atlântico que banha o seu litoral. O mar é frio. Há ondas, e das grandes. Tradicionalmente, Portugal não olha para a Europa, olha para os oceanos. E isso pode constatar-se na geografia e história do país.

A ideia diferenciadora para Portugal é essa - um país do Sul da Europa junto ao Atlântico. Tudo o resto procede daí.

por Wally Ollins em A Marca

Advertising Spoiled Me



Defensor dos blogs e dos seus vários formatos, encontrei no How Advertising Spoiled Me um excelente exemplo de um blog que maioritariamente não cria mas retransmite. O elogio à boa publicidade só podia correr bem e aqui a selecção é de luxo com os comentários a deixarem espaço para descobrirmos os anúncios.
Resumindo - Tudo de bom.

Na imensa dificuldade em escolher um exemplo, fui emocional e a escolha coube à excelente produção nacional. Os créditos cabem a Fabiano Bonfim - Art Director, Augusto Barata - Copywriter e Claudio Jordão - 3D, neste anúncio da revista Nacional Geographic acerca de Chernobyl. Parabéns!

Friday, April 07, 2006

Super Supreendido

Ao longo dos anos sinto cada vez mais entusiasmo pelas novas coisas que a vida nos dá. Muita gente à minha volta tem vindo a assentar, revivendo com saudades os velhos tempos, à espera que estes passem. Eu, nem por isso. Pelo contrário, tenho vindo a descobrir mais e mais coisas que me encantam, sem que sinta que perdi as anteriores. Tudo o que já me aconteceu moldou-me e não sinto cada novo acontecimento como uma troca mas como um acrescento. Ao que já tinha acrescento vida nova, novos sabores, novos saberes.

Se de alguma coisa sinto saudades é do que não fiz.
Sinto saudades do que deixei passar ou que ficou para depois. E depois fiquei sem aqueles momentos. Por isso, tento não deixar que a vida aconteça sem mim. Tento estar presente, quer nos pequenos momentos pessoais aos grandes acontecimentos gerais. Mesmo aqueles que demoram anos e que são vividos aos poucos de cada vez.

Nos últimos dias recordei outros tempos com muito carinho mas, por outro lado, estou completamente deslumbrado pelos novos dias que têm acontecido. Acho que esta vida não vai deixar nunca de me surpreender.
Ainda bem!

Wednesday, April 05, 2006

Batalha



Reabriu o cinema Batalha no Porto.
Ainda não passa filmes e não se pode visitar totalmente, mas as suas formas iluminadas a decorarem a cidade só nos podem encantar.

foto de Carlos Romão

Almamelómana

Eu sempre quis que as pessoas ouvissem o que eu ouço. Porque uma coisa é o som que o público tem, distante do piano. Outra é o som que o pianista tem, mais cheio, e mais ruidoso também. Ouve-se o pedal, os 88 feltros a levantar as cordas. Na gravação, havia a hipótese de afastar os microfones e de ter um som bonito, mas que não tem esse corpo que eu oiço. Ou então aproximar e apanhar este tipo de ruídos.
Escolhi aproximar.

Quis-nos sentar ao piano. Confesso que estou um bocado farto do som clean, asséptico. Em algumas partes é possível escutar os meus movimentos no banco. E ainda bem. Não queria um som imaculado. Queria um som com alma, com tudo o que tem direito...

de Mário Laginha a propósito do seu último album

Monday, April 03, 2006

Complex

Ouvi no fórum sobre burocracia da rádio Antena 1, um sujeito a defender veemente os processos burocracia. O principal argumento é de que assim há uma selecção dos processos realmente importantes e de que certificados e licenças não são passados de ânimo leve.

O exemplo dado era a carta de condução, onde Portugal é mais rigoroso e escrucionário na atribuição das licenças, ao contrário de muitos outros países em que bastam alguns dias para tirar a carta.

Primeiro, não me parece que a realidade dos condutores em Portugal sustenha a tese da qualidade das licenças de condução atribuídas. Segundo, não vejo que a qualidade tenha de demorar muito tempo para ser conseguida. Nem que seja necessário centenas de papéis e de horas perdidas para que tal aconteça. Já nem falo de processos circulares e redundantes completamente inúteis sem que haja qualquer vantagem. E de exemplos absurdos como o facto de uma certidão de óbito ter validade de apenas três meses.

Na minha opinião este é um caso em que toda a gente perde. Há profissionais que se ocupam apenas de resolver falsos problemas, quando podiam estar a dar um contributo válido e útil para o país. Julgo que há realmente uma série de processos que se repetem sem qualquer necessidade e que as coisas podem ser feitas na hora e bem.
Sejamos pragmáticos.